Um novo flagrante de desmatamento foi registrado no norte do RS nesta terça-feira (23). Desta vez o crime ambiental aconteceu em Marcelino Ramos, onde 84.600 metros quadrados de Mata Atlântica foram destruídos.
O caso ocorreu no interior do município, que fica na divisa com Santa Catarina. A equipe do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) foi acionada após receber um alerta emitido pela plataforma Mapbiomas e fez o flagrante na localidade de Pinhalzinho com uso de drones.
A supressão de vegetação nativa atingiu três áreas distintas dentro da mesma propriedade, superando os 8,4 hectares de desmatamento. O número equivale a quase oito campos de futebol oficiais.
De acordo com os policiais, a destruição foi feita a partir da técnica de destoca mecanizada, que usa equipamentos importados para efetuar a remoção de raízes e troncos com rapidez e sem danificar o solo. O desmatamento atingiu árvores nativas como canela, açoita-cavalo, timbó, guajuvira e angico.
O 3º BABM identificou o responsável e foi comprovado que ele exerceu abuso de licença para manejo da vegetação nativa, uma vez que agiu em desacordo com a licença ambiental emitida para o local. Assim, o proprietário da área responderá por crime ambiental.
Bioma ameaçado
Este é o primeiro caso de desmatamento registrado em Marcelino Ramos em 2024. Porém, entre 2020 e 2023, mais de 43,6 hectares de Mata Atlântica foram destruídos no município de acordo com o levantamento feito por GZH na plataforma Mapbiomas. Nos últimos quatro anos, foram 23 alertas de desmatamento registrados pelo sistema na cidade do norte do Estado.
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro com maior número de espécies de plantas e animais ameaçados de extinção no país, de acordo com a pesquisa Contas de Ecossistemas - Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Mapbiomas reúne todos os alertas disponíveis para o território nacional e faz o cruzamento com outros dados relevantes, como autorizações de supressão de vegetação e embargos. Isso torna o trabalho da fiscalização mais eficiente, uma vez que as imagens geradas viabilizam a obtenção de provas e contribuem para a responsabilização nos processos administrativo, civil e penal.