
Ainda que a colheita da soja esteja em fase inicial, cresce o número de vagas temporárias para atuar como mão de obra na safra em Passo Fundo e região.
Até o mês de maio, a fabricante de biocombustíveis Be8 espera receber 400 mil toneladas do grão como matéria-prima. Com o aumento da demanda, a empresa hoje tem 25 vagas temporárias abertas e espera aumentar nos próximos meses.
As oportunidades vão desde as áreas administrativas até operacionais, como pesagens de grãos e balança.
— É uma porta de entrada. Por mais que haja um prazo determinado na contratação de temporários, sempre há possibilidade de efetivação — reforça Emanuele Milani, gerente de pessoas e cultura da empresa.
Katia Cristina Lorenzon entrou na empresa em fevereiro do ano passado como temporária. Em quatro meses, foi efetivada e hoje trabalha como analista no projeto da empresa focado na produção de etanol.
— Eu estava à procura de recolocação profissional e vi nessas vagas uma oportunidade. Quando fui efetivada, pude conhecer outros espaços da empresa e fico feliz que tenha dado tudo certo — disse.
Vagas efetivas também ganham espaço

Na agência do FGTAS/Sine de Passo Fundo há mais de 40 vagas temporárias para atuar na colheita da soja. O número é considerado normal para a época do ano, mas o que chama a atenção é a oferta de vagas efetivas nesta safra. Do município de Coxilha, a Sementes Butiá tem 20 vagas abertas para os chamados safristas — todas efetivas.
A empresa mudou a estratégia há pelo menos dois anos: passou a oferecer vagas efetivas em vez de temporárias para atrair mais candidatos na época da colheita.
Aos 20 anos, Elieser Lucas Rodrigues Cabral viu no período uma chance de ingressar no mercado de trabalho. Ele começou como auxiliar e hoje é o operador responsável pela máquina de secagem dos grãos.
— Pela minha idade é mais difícil (conseguir trabalho). Aqui tem sempre gente me ajudando e o que não pode faltar é vontade de trabalhar. Tendo vontade a gente consegue alcançar o que quiser — disse.
Quem segue caminho parecido é o auxiliar de lavoura Talisson Gehlen, 20. Com experiência em propriedades de leite, viu na colheita a chance de conquistar um melhor salário e mudar de vida.
— Coisas que eu não sabia fui agregando. Tem que acreditar que a oportunidade vai surgir. Quando surgir, tem que agarrar com as duas mãos — disse ele.