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Das 39 escolas estaduais de Passo Fundo, 22 têm ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), alternativas para driblar o calorão que motivou a suspensão da volta às aulas no último dia 10. Ainda que as altas temperaturas persistam, o governo do RS reverteu a liminar e a retomada foi confirmada para quinta-feira (13).
A presença dos equipamentos, contudo, não significa que todos funcionem plenamente. Um levantamento do Cpers, que representa os trabalhadores das escolas estaduais, mostrou que não é incomum que problemas na rede elétrica impeçam que os equipamentos funcionem ao mesmo tempo ou sejam sequer ligados, o que compromete o conforto de alunos, professores e funcionários nas salas de aula.
Pelo menos 13 das 39 escolas apuradas pelo Cpers têm problemas para usar o ar-condicionado ou ventilador, seja por causa do funcionamento ou da rede elétrica. Seis instituições não informaram a situação.
Segundo a diretora-geral do 7º núcleo do Cpers Sindicato, Elica Cavalheiro, a única escola estadual de Passo Fundo que está preparada com aparelhos de ar-condicionado e ventiladores é a Escola Nicolau de Araújo Vergueiro (Eenav), localizada no centro da cidade.
— As demais, pela idade, acaba caindo a rede assim que ligam os equipamentos. Em alguns casos, nem os bebedouros funcionam direito, o que significa que não tem água gelada — relatou.
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Lucille Fragoso de Albuquerque, localizada no bairro Vera Cruz, as salas de aula não têm ar-condicionado.
Para driblar o calor, os professores levaram seus próprios ventiladores para amenizar as altas temperaturas. Com cerca de 400 alunos e 22 professores, a instituição tem um ar-condicionado no auditório e outro na sala dos professores.
O que diz a Seduc
Em nota (leia a íntegra abaixo), a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) disse que 22 das 39 escolas de Passo Fundo têm ar-condicionado e que, neste ano, destinou R$ 180 milhões para as instituições de todo o RS a fim de solucionar problemas pontuais que não exijam grandes obras. O dinheiro pode ser usado na compra de ar-condicionado, ventiladores e outros reparos.
A nota também fiz que o Estado fez mudanças em alguns processos para agilizar reparos e reformas na rede elétrica. Muitas instituições tiveram essa necessidade recentemente em função da instalação de aparelhos de ar-condicionado.
Leia a nota da Seduc na íntegra
"Em preparação ao ano letivo de 2025, foram destinados R$ 180 milhões para as escolas da Rede Estadual por meio do Agiliza Educação.
O programa acelera a resolução de problemas pontuais que não exigem grandes obras de infraestrutura, uma vez que os recursos podem ser utilizados em despesas de custeio, como compra de materiais didáticos e de limpeza; na compra de ar-condicionado, ventiladores contratação de serviços de pintura, reparos básico em redes hidráulicas e elétricas, inclusive na compra de lâmpadas; ou na aquisição de materiais permanentes, que abrangem equipamentos menores para laboratórios de ciência ou de informática, para cozinha, bem como brinquedos para áreas infantis, entre outros.
Em outra frente de ação, a Secretaria de Obras Públicas (SOP) implementou mudanças em seus processos que permitem, em 2025, reformar com agilidade a rede elétrica das escolas estaduais, de acordo com a definição de prioridades a partir das necessidades de cada instituição. Isso porque, no início do ano, a contratação simplificada passou a valer em todo o Rio Grande do Sul, portanto, abrangendo as 2,3 mil instituições de ensino. Em muitas delas, a necessidade de redimensionar a parte elétrica defasada surgiu com a demanda de instalação de aparelhos de ar-condicionado.
A reforma de rede elétrica é um processo criterioso e composto de etapas, a fim de garantir segurança e eficiência, de acordo com as normas técnicas vigentes. Ele começa com uma vistoria técnica para avaliar a rede elétrica, o que dá elementos para calcular a carga necessária à instalação dos equipamentos de climatização.
Os dados resultantes embasam a elaboração do projeto elétrico, que detalha as adequações necessárias, o que pode incluir a instalação de uma nova subestação elétrica que suporte o aumento de carga, assim evitando sobrecargas ou quedas de energia. Conforme o projeto, são indicados transformadores adequados para a distribuição eficiente da energia. Antes de a obra começar, é preciso aprovar o projeto na concessionária de energia local.
A execução da nova infraestrutura elétrica ocorre com a instalação da subestação, o posicionamento dos transformadores e a adaptação da rede interna para suportar os aparelhos de ar-condicionado.
Contratação simplificada
A contratação simplificada é um processo que agiliza a manutenção das escolas. Nesse modelo, a licitação é feita por blocos de escolas e há um “catálogo de serviços” à disposição da SOP para atender às demandas com maior velocidade. Não é necessário licitar cada serviço, e a escola tem uma empresa responsável pré-contratada para realizar a manutenção. Isso acelera o processo, em comparação à realização de uma licitação por obra, que no passado era o único modelo possível.
A implementação da contratação simplificada integra a recuperação da capacidade de investimento por parte do Estado. Nos últimos anos, o governo do Rio Grande do Sul realizou reformas estruturantes que permitiram que se voltasse a destinar recursos para qualificar a estrutura física das escolas da rede estadual. Essas ações são fruto da determinação do governador Eduardo Leite, no início desta gestão, de colocar a educação como prioridade de seu segundo mandato".