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O ano de 2024 terminou com 36,4% da população de Passo Fundo inadimplente, segundo dados da Serasa Experian. Em dezembro, 75.047 passo-fundenses tinham contas atrasadas, um aumento de 3,16% em relação ao mesmo período de 2023.
Além do aumento no número de endividados, cresceu também o valor da dívida: os devedores vão pagar 7,5% a mais de contas, o que representa um acréscimo de R$ 424,81 no total devido.
Outro dado que chama a atenção é o do aumento no valor de cada uma das dívidas. Se em dezembro de 2023 a média de cada conta atrasada era de R$ 1.239, em 2024 o número subiu para R$ 1.396, um salto de 12,6%.
O cartão de crédito é o principal responsável pelo elevado número de dívidas, conforme a Serasa. Além disso, outras fontes de dívidas são as seguintes:
- Bancos e cartões de crédito
- Contas básicas como água, luz e gás
- Empresas financeiras de crédito (que não são bancos)
- Setor de serviços e varejo
Segundo o economista e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Julcemar Zilli, o aumento da inadimplência perto do final do ano é um comportamento "estrutural" no Brasil:
— As pessoas começam a comprar os seus presentes, tem vários impostos que precisam ser pagos nesse período ou a partir desse período, então isso tudo começa a aumentar a inadimplência.
Qual a melhor saída
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Mutirões de renegociação de dívidas ocorridos entre novembro e dezembro de 2024, como o Super Feirão Zero Dívida, buscaram auxiliar os gaúchos a ficar no azul. Conforme Zilli, uma pequena diminuição no valor das dívidas entre novembro e dezembro podem ser efeitos das ações.
— Observamos que o ticket médio de dívida por inadimplente teve uma queda de 0,71%, assim como o ticket médio por dívida, com redução de 0,97%. Apesar de baixos, talvez sejam efeitos das renegociações, mas devemos ter um panorama mais concreto com dados futuros — pontua.
Segundo Zilli, a renegociação é uma das melhores formas de "limpar" o nome, mas o ideal é não precisar chegar a esse ponto. Antes que isso aconteça, a orientação é que os consumidores foquem na educação financeira, evitem compras compulsórias e optem por melhores preços.
— A gente sempre bate nessa tecla, mas a educação financeira é a melhor forma. Se conscientizar da importância de fazer um controle mensal das entradas e das saídas de recursos da família, além de evitar emprestar o nome para crédito. Muitas vezes o titular do cartão nem é o dono da dívida, mas o nome dele é que fica sujo — reitera.