
Muito mudou desde a primeira Expodireto Cotrijal, há 25 anos, em Não-Me-Toque, no norte do Estado. Hoje com 610 expositores distribuídos no parque de mais de 130 hectares, a feira do agronegócio começou a 25ª edição nesta segunda (10) e retoma o legado de um quarto de século dedicado ao desenvolvimento da agricultura regional.
Aos 71 anos, a produtora rural e conselheira da Cotrijal Roveni Doneda recorda do pequeno espaço onde antes acontecia a Expodireto. Com 32 hectares e 114 expositores, os primeiros passos da feira foram em 2000, com pouco acesso à internet e sem calçamento no trajeto.
— Quando iniciou ela era pequena, não tinha calçamento, era barro e lembro que choveu. Eu vim por curiosidade e para trabalhar na cozinha. Naquela época não tinha restaurante, então pediram para as associadas (da Cotrijal) fazerem o almoço. Algumas de nós trabalhavam na salada, lá fora, e outras na cozinha — conta.
Com a expansão da feira, Roveni afirma que os cinco dias de evento se tornaram curtos para todas as atrações disponíveis. Para a conselheira, que planta soja, trigo e cevada, o impacto das inovações fica evidente na sua propriedade.
— A gente não imaginava que um dia ia ter drone e tantas opções digitais, tanto para o pequeno como grande produtor. É uma mudança muito grande — completa.
Aprender para evoluir

A primeira edição reuniu 41,1 mil pessoas e terminou com R$ 21 milhões em negócios, números expressivos para um evento de estreia. E, a cada edição, o crescimento da feira passou a se misturar com o desenvolvimento de produtores.
Quem viveu isso foram os produtores rurais José Romeu Kraemer e Loiva Kraemer, que têm uma pequena propriedade onde produzem leite e soja. O casal é associado da Cotrijal e participa desde a primeira edição da feira.
— Ficamos curiosos quando falaram que ia ter uma exposição, principalmente pelas máquinas agrícolas — lembra Romeu.
Os dois reconhecem os desafios para seguir na agricultura, mas segundo eles, a resiliência ganha força com as facilidades oferecidas pelas inovações no campo.
— Se o produtor quer e precisa crescer, tem que ir buscar informação e conhecimento, e é através da Expodireto que tem essa oportunidade. Nós tivemos momentos de crise, difíceis, mas conseguimos superar garantindo alimentação e local adequado para os animais com o conhecimento que fomos adquirindo na feira — reflete o produtor.