A pauta climática aparece em peso na 25ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no norte do Estado.
Com inteligência artificial, inovações em insumos e novas tecnologias para resiliência ambiental, a feira traz soluções aos produtores na tentativa de driblar os extremos, como excesso de calor ou chuva, e garantir sustentabilidade.
Sementes mais resistentes, bioativos com maior eficiência e pulverização direcionada estão entre as novidades apresentadas em diferentes estandes do parque. À disposição dos produtores, as tecnologias são o futuro do campo em meio ao presente.
Confira a seguir três soluções criadas exclusivamente para driblar os extremos climáticos e apresentadas na Expodireto 2025.
Semente resistente ao calor

Com estiagens que se repetem há pelo menos três anos e uma queda estimada em 17% na safra, cultivares resistentes ao calor são alternativa na hora de garantir a produtividade.
Depois de quase 10 anos de pesquisa, a multinacional de indústria química BASF criou uma semente com maior tolerância ao calor.
— Tendo um sistema radicular agressivo, com mais raiz no solo, a cultivar vai tolerar mais o calor. Isso traz estabilidade e segurança para o agricultor — explica o representante de licenciamento Soytech da empresa, Adilson Ludwig.
Outro benefício da cultivar é que ela ameniza o estresse hídrico ao armazenar mais água pela raiz. Além disso, por ser uma cultivar de ciclo médio, a planta tem chance maior de recuperação quando o clima volta ao normal.
Bioinsumo para tolerância climática

Esse bioinsumo desenvolvido em pesquisa da Embrapa pode ser aplicado no solo ou direto nas sementes. Ele foi criado a partir de uma bactéria presente na raiz do mandacaru, planta nativa do nordeste brasileiro e com alta resistência ao calor e pouca chuva.
— Essa bactéria é o que auxilia o mandacaru a sobreviver, pois aumenta o sistema radicular da planta. Então num período de chuva ela capta e armazena mais água — pontua o técnico agrícola Anibal Eduardo Vieira Santos.
O bioinsumo também traz nutrientes que ajudam no desenvolvimento da planta, o que possibilita que o produtor consiga ter uma estimativa de produção, mesmo em momentos de clima extremo. A pesquisa para desenvolver o produto levou 13 anos.
Inteligência artificial na pulverização

Esse sistema de pulverização seletiva traz inteligência artificial e câmeras. Seu diferencial é que, instalado no pulverizador, ele reconhece onde há, ou não, a presença de plantas daninhas durante a aplicação.
— No momento que a inteligência artificial reconhece a planta, envia um sinal para uma válvula e essa válvula faz a aplicação somente em cima daquele ponto — destaca o diretor de implantação da Savefarm, Artur Fiegenbaum.
No Estado, a buva é uma das plantas daninhas mais comuns nas lavouras de soja, trigo e milho, no entanto, ela costuma atingir a lavoura de forma pontual, entre 5% e 10%. Com o uso direcionado, o produtor economiza no uso de produtos e preserva áreas da plantação que não precisam da utilização química.