Por Dartanhã Vecchi, técnico em agropecuária e extensionista rural Emater/RS-Ascar
O Rio Grande do Sul, grande produtor agrícola, enfrenta desafios climáticos como secas e chuvas irregulares. Nesse cenário, a irrigação emerge como solução estratégica para aumentar a produtividade e garantir a sustentabilidade da agricultura gaúcha.
Embora o custo inicial dos sistemas de irrigação seja elevado, os benefícios incluem maior segurança alimentar, redução de perdas por estiagem e diversificação das culturas. Soja, milho, feijão, arroz, pastagens, frutas e hortaliças, estão entre as principais beneficiadas.
Conforme dados do governo do Estado, hoje o RS tem cerca de 120 mil hectares irrigados, o que representa 55% da meta do Plano ABC+RS, que visa ampliar a área irrigada em 216 mil hectares até 2030.
Para incentivar a adoção de sistemas de irrigação, o governo estadual anunciou investimentos significativos. Em fevereiro de 2024, foram destinados R$ 213,2 milhões para subsidiar projetos de irrigação com o objetivo de aumentar a área irrigada em 100 mil hectares nos próximos quatro anos.
O Programa Estadual de Irrigação Supera Estiagem, lançado na Fase II, subsidia até R$ 100 mil ou 20% do valor investido em irrigação. Em 2024, na região de Passo Fundo, foram implementados 35 projetos, ampliando a área irrigada e incrementando a renda das famílias assistidas.
O programa busca apoiar a implantação ou ampliação de sistemas de irrigação e a construção de reservatórios de água para fins de irrigação.
Tecnologias avançadas e políticas públicas alinhadas ao uso eficiente dos recursos hídricos são essenciais para preservar o meio ambiente e garantir a segurança alimentar
DARTANHÃ VECCHI
técnico em agropecuária e extensionista rural Emater/RS-Ascar
Desafios da irrigação
Apesar dos benefícios, a implementação da irrigação enfrenta desafios. A escassez de água em regiões secas e os altos custos de instalação e manutenção de sistemas, como pivô central e gotejamento, são obstáculos significativos.
Além disso, a falta de capacitação técnica pode levar ao desperdício de água e impactos ambientais negativos, comprometendo a sustentabilidade do modelo.
Inovações como pivô central, gotejamento e aspersão aumentam a eficiência no uso da água, ajustando a distribuição conforme as necessidades das lavouras.
Sensores de umidade do solo, drones e inteligência artificial contribuem para um manejo mais preciso, reduzindo custos operacionais e otimizando os recursos. Essas tecnologias possibilitam uma gestão integrada e sustentável, essencial para a competitividade agrícola, e têm potencial para aumentar a produtividade (veja abaixo).
O caminho para a sustentabilidade
A irrigação é indispensável para enfrentar as mudanças climáticas e garantir a competitividade agrícola. Investimentos em pesquisa, capacitação e infraestrutura são fundamentais para expandir a prática de forma responsável.
Tecnologias avançadas e políticas públicas alinhadas ao uso eficiente dos recursos hídricos são essenciais para preservar o meio ambiente e garantir a segurança alimentar.
O futuro da agricultura gaúcha depende da irrigação, que permite não apenas enfrentar os desafios climáticos, mas também ampliar a produção de alimentos com qualidade e sustentabilidade, fortalecendo a economia e assegurando recursos para as próximas gerações.
Dartanhã Luiz Vecchi é técnico em agropecuária e extensionista rural Emater/RS-Ascar. Entre em contato pelo e-mail: dvecchi!@emater.tche.br.