Por Sergio Martins Barbosa, presidente Executivo da RAR
O período de colheita é um momento de intensa atividade no campo brasileiro, um marco anual que transcende o universo rural e reverbera positivamente em diversas esferas da sociedade. A cada safra, a cadeia do agronegócio se mobiliza, gerando riqueza, valor e, sobretudo, oportunidades de emprego.
O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, perdendo apenas para a China e o Chile, com uma produção anual de cerca de 40 milhões de toneladas em 2,3 milhões de hectares. O setor responde por 16% de toda a mão de obra do agronegócio, conforme a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados. Além disso, as exportações de fruticultura em 2023 alcançaram US$ 1,35 bilhão, reforçando a relevância econômica do setor.
Cada colheita é uma oportunidade de reafirmar nosso compromisso com a sustentabilidade econômica e social
Um exemplo emblemático é a colheita da maçã. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Maçãs (ABPM), a última colheita gerou mais de 120 mil empregos diretos e indiretos. Esses números traduzem o potencial econômico da fruticultura e também seu impacto social. Estudos da Embrapa reforçam essa visão, apontando a fruticultura como uma das atividades agrícolas que mais geram empregos no Brasil, absorvendo aproximadamente 5 milhões de pessoas no campo. Essa é uma contribuição que vai além do óbvio, trazendo dignidade e sustento para milhares de famílias.
Entretanto, para que essa geração de emprego seja também um vetor de justiça social, é imprescindível que as condições de trabalho no campo sejam adequadamente fiscalizadas. Órgãos reguladores têm o papel crucial de garantir que as relações trabalhistas ocorram de acordo com a legislação vigente, assegurando o bem-estar dos trabalhadores e prevenindo práticas abusivas.
Cada colheita é uma oportunidade de reafirmar nosso compromisso com a sustentabilidade econômica e social. A geração de empregos no campo deve ser celebrada, mas também monitorada, pois somente assim construiremos um futuro onde o trabalho rural seja sinônimo de progresso e dignidade para todos os envolvidos.