Por Ronnie Mello, prefeito de Uruguaiana
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A história de Uruguaiana se confunde com a história do Rio Grande. Palco de grandes conflitos, como a Guerra do Paraguai, a cidade foi um ícone do comércio gaúcho no início do século passado. Os portos, por onde circulavam cargas advindas da Europa, movimentavam nossa economia. Décadas depois, o município se consolidou como destaque na produção de arroz e viu no agro o seu pilar de desenvolvimento. Hoje, a Capital da Fronteira Oeste vê iniciar um novo e promissor ciclo.
As recentes aberturas de dois free shops e a possibilidade de um terceiro nos próximos meses consagram uma transformação no perfil econômico de Uruguaiana. A diversificação das atividades – com o fortalecimento do comércio, dos serviços, da indústria e da construção civil, aliados à sempre forte agropecuária – abre um novo cenário. Estamos diante da oportunidade de colocar definitivamente o município entre os grandes polos comerciais do país.
Oito em cada dez clientes de lojas francas lá fora em fronteira com nosso país são brasileiros. A ampliação da lista de itens vendidos pelos empreendimentos nacionais, autorizados pelo governo federal, colocará o Brasil em pé de igualdade com Argentina, Uruguai e Paraguai – possibilitando a retenção desses consumidores aqui.
É preciso, neste momento, olhar para o lado e ver o exemplo dos vizinhos. O município de Rivera, no Uruguai, possui quase 50 estabelecimentos livres, que empregam mais de 1,2 mil pessoas. Em Puerto Iguazú, na Argentina, temos outro exemplo: um único free shop recebe, por ano, dois milhões de visitantes.
Há, no entanto, movimentos contrários que colocam em xeque os esforços feitos até aqui. Retroceder nesta pauta seria um passo atrás no desenvolvimento do Rio Grande, sobretudo de toda a Fronteira Oeste e Metade Sul.
Momentos como este exigem um esforço adicional de cada um. A união de forças de líderes políticos, empresários e da sociedade civil em torno dessa pauta é necessária para transpormos barreiras e evitarmos que nosso Estado perca mais uma oportunidade histórica. É hora de decidirmos como será o futuro da região.