
Entre as muitas missões de Mano Menezes uma está em destaque para os próximos jogos. O Grêmio precisa aprender a fazer valer as vantagens construídas no placar. Nas últimas três partidas, o Tricolor abriu o placar e cedeu o empate.
No Gre-Nal, duas vezes contra o Godoy Cruz e também no Barradão contra o Vitória, o time perdeu a chance de somar três pontos por falhas da equipe. Algo que custará caro se seguir se repetindo nos próximos confrontos.
A solução para o problema, no entanto, não virá dos treinos neste momento. Com dois jogos por semana até junho, incluindo decisões pela Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, a comissão técnica não terá tempo para realizar ajustes táticos em campo. A chance de tentar minimizar as dificuldades da equipe virá mais na conversa e nos ajustes durante os jogos.
— Esse é o nosso dilema no futebol brasileiro. Tem muita coisa que precisa fazer, o treinador tem que se controlar na ânsia para não sobrecarregar, porque se não perde um jogador e aí piora. A gente fez (treinos) sem tanta repetição de bola, fez mais parado, fez treino de 10 contra zero, aí não tem enfrentamento, menos desgaste. Isso não dá certas coisas que acontecem aí no jogo. Isso acredito que vamos conseguir fazer na parada do Mundial, talvez um pouco antes, que temos uma data Fifa de 13 dias. Até lá, vamos conversar bastante — explicou o treinador.
É necessário esquecer a "Era Quinteros"
Comentarista do SporTV, Carlos Eduardo Lino entende que Mano é o técnico com condições de tirar o Grêmio deste momento de instabilidade. E que as respostas para esse problema de não conseguir manter vantagens virá em breve.
— A primeira providência que o torcedor precisa ter consciência é que a "Era Quinteros" acabou. Não adianta essa comparação entre Mano e ele. Comparem Mano ao Mano. Ele tem a forma dele de trabalhar, de controlar o vestiário. Para respostas rápidas, ele funciona bem. Achei que o Grêmio seguraria o 1 a 0 sobre o Vitória. E fazer a campanha assim. Os erros se repetem sem parar. Mas não vale a pena olhar para o que aconteceu com Quinteros. Agora é pensar daqui para a frente. Ele percebeu que precisa reforçar o centro da área. São coisas pequenas que o Mano dará um jeito — opina.
Confiança e identidade
O ex-zagueiro Danny Morais, e que hoje também é comentarista do Grupo Globo, entende que algumas das razões para essa dificuldade vai além dos gramados.
— Passa muito pela falta de confiança. Acredito que isso contribui muito para que, mesmo estando na frente, tenha dificuldade em manter uma postura mais alta — diz.
Mas na avaliação de Morais, a nova comissão técnica auxiliará nesse resgate da confiança e identidade dos jogadores com o espírito histórico do clube.
— Esse processo de retomada de identidade, acredito que tem tudo para voltar com o Felipão e com o Mano Menezes. O Grêmio é um clube de característica aguerrida, de correr riscos, de marcar firme e não era o que vinha acontecendo. Essa mudança não é fácil, ela requer um pouquinho de tempo e trabalho, mas acredito que esse é o caminho de resgatar essa identidade. E uma forma mais simples de jogar pode potencializar as individualidades e, consequentemente, o coletivo do Grêmio — avalia.
O jogo desta quarta-feira (30) contra o CSA, às 21h30min no Estádio Rei Pelé, será a chance de mostrar dentro de campo os avanços do trabalho da nova comissão técnica. A partida é válida pela terceira fase da Copa do Brasil, um dos objetivos do clube, e no modelo de competição que costuma casar bem com a identidade gremista.
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