Por Alfredo Fedrizzi, conselheiro, consultor e jornalista
Não precisa ser muito inteligente para saber que um assunto como o meio ambiente causa repercussões negativas no mundo quando tratado inadequadamente. Qualquer um, levemente atento, sabe que construir imagem pública é difícil, demanda tempo e muita sensibilidade. E reconstruir é muito mais difícil.
Éramos vistos como um país acolhedor, que se esforçava por respeitar o ambiente. Imagem construída ao longo de décadas. O recente imbróglio em que se meteu o Brasil ao estimular ou não cuidar adequadamente do desmatamento, fez com que pessoas dos mais diversos países se manifestassem contra o que ocorre aqui. Alguns com interesses, como os exportadores de alimentos, encontraram um grande pretexto para atacar o Brasil. Mas a maioria tem interesse apenas em cuidar da saúde de todos e dos seus negócios, pois uma mudança ainda maior no clima do planeta altera o regime de chuvas e atrapalha a produção de alimentos.
E também porque o grande ativo do capitalismo brasileiro é floresta em pé.
A questão de como cuidamos da nossa imagem também é importante. Será que é assim que o Brasil quer ser visto no Exterior? Como queremos ser reconhecidos? O que estamos fazendo enquanto país para a nossa gente e o que estamos oferecendo para o mundo? Mesmo antes dessa crise, o mau humor com o Brasil já dava sinais: supermercados europeus propondo boicotes a produtos brasileiros, desconforto dos nossos maiores clientes – China e países árabes. E agora começaram boicotes diretos: grifes importantes anunciaram que não vão mais comprar couro brasileiro. Se a moda pega, soja, carne, minérios podem sofrer boicote, estrangulando a economia brasileira. Até Bill Gates, o homem mais rico do mundo, investe em negócios que preservam o ambiente, como energia limpa e carne vegetal.
Diante desse panorama, me pergunto como um cidadão comum pode interferir nisso tudo. Podemos começar com um inspirador cartaz que recebi, que pode ser o início de uma mudança cultural. Dizia: Talvez eu não consiga ir na Amazônia apagar incêndio, mas eu posso: 1) recusar embalagens plásticas; 2) cuidar das plantas do bairro; 3) tentar ir caminhando/pedalando; 4) separar meu lixo; 5) pensar bem antes de comprar; 6) consumir menos carne; 7) usar água com moderação; 8) conhecer a produção e a origem; 9) cobrar políticos sobre isso; 10) compartilhar uma foto deste cartaz. Colocar em prática os passos do cartaz já é um bom começo.