Apoiar ou condenar a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Estado é uma opção que fica a critério de cada um. Mas não se deve aceitar como parte regular da vida política nacional quando o direito à livre manifestação, assegurado a todos independentemente de matiz ideológica, descamba para excessos como os que têm sido presenciados nos últimos dias. Guerra de carros de som, bloqueios de vias públicas e até mesmo pessoas armadas com paus e pedras são atos incompatíveis com a democracia e a normalidade institucional.
As cenas de violência que vêm sendo registradas no Estado são sintomas de uma doença da radicalização que se espalhou ao longo dos anos no tecido politico do país também em consequência da agressividade de adeptos do PT, de outros partidos de esquerda e de movimentos sociais conhecidos por ações mais radicais, hoje diante de visível desgaste. Às vésperas de uma acirrada campanha presidencial, que promete potencializar o espírito de radicalização, esse tipo de ato, venha se onde venha, contamina um ambiente que deve ser sempre de diálogo e manifestações civilizadas.
Seja qual for o regime ou partido, não há saídas fora da livre expressão, da ordem, do respeito e da garantia do direito de ir e vir. As forças da moderação devem agir antes que o sectarismo transforme as próximas eleições em batalhas de torcedores fanáticos, o que não interessa a ninguém, a não ser os incendiários extremistas de sempre.