
É promissor, e dá uma ideia do significado da revitalização do Cais Mauá para Porto Alegre e o Estado, que a cerimônia de entrega da licença da prefeitura para o início das obras tenha reunido um expressivo número de líderes da comunidade e da área política. Tão importante quanto a obra em si é o fato de que o projeto será bancado com recursos da iniciativa privada, compensando a impossibilidade de o poder público levá-lo adiante. Por isso, é preciso preservar o modelo, sem o qual um empreendimento dessa relevância não tem condições de sair do papel.
É possível ousar mesmo quando o caixa do setor público se encontra vazio.
Responsável pelo contrato, cabe agora ao governo estadual zelar para que a empresa encarregada de executar o projeto cumpra as próximas etapas dentro dos prazos previstos. Os porto-alegrenses esperaram por décadas para dar um destino adequado a uma área hoje degradada, apesar de seu elevado potencial de urbanização e turístico.
É preciso, portanto, todo o cuidado para evitar qualquer descontinuidade no cronograma. Isso significa cuidar para que os recursos necessários sejam realmente assegurados. E, ao mesmo tempo, zelar pela redução de pressões por parte de quem, por discordar de detalhes da proposta, tenta de todas as formas impedir a realização de qualquer melhoria no local.
Felizmente, tudo foi feito até agora dentro da lei e as sucessivas tentativas de impedir o empreendimento fracassaram. Se bem-sucedidas, como se espera, as obras de melhorias no Cais Mauá, a serem bancadas por recursos privados, podem significar um marco na Capital, por demonstrarem que é possível ousar mesmo quando o caixa do setor público se encontra vazio.