Paradas desde janeiro, por falta de recursos, obras de Porto Alegre que deveriam ter sido concluídas para a Copa de 2014 dificilmente estarão prontas até o Mundial de 2018, na Rússia. A gestão atual herdou os projetos inacabados e não consegue regularizar os pagamentos às empreiteiras, que condicionam a retomada dos trabalhos aos desembolsos financeiros. E as alternativas que restam à prefeitura dependem de trâmites burocráticos que dificilmente poderiam ser enfrentados antes do final do primeiro trimestre do próximo ano.
Qualquer condomínio sabe que uma obra só pode ser iniciada quando os recursos estão assegurados, para evitar interrupções e o prolongamento de transtornos, que são inevitáveis. Não é o que costuma ocorrer no setor público, e no caso da Capital o descaso e a falta de planejamento passaram da conta.
O agravante é que algumas das obras hoje paralisadas estão concluídas em mais de 90%. Isso significa que foram investidos volumes elevados, mas os contribuintes não conseguem usufruir delas porque faltam detalhes.
É preciso mais responsabilidade por parte de gestores públicos, que não deveriam jamais deixar pendências para os sucessores. Os munícipes precisam acompanhar mais de perto essas práticas, para impedir que se repitam.