Carro, moto ou bicicleta? Qual o transporte individual mais apropriado para quem precisa se deslocar diariamente em cidades de maior porte, como Porto Alegre? A resposta, como demonstram os autores dos artigos na seção "Três Visões", depende de uma série de fatores, que vão desde razões pessoais e de mundo até necessidades específicas enfrentadas no cotidiano. Há justificativas relevantes, como a da segurança no caso do carro - leia abaixo o artigo da professora Danusa Zanella, da economia no da moto e da liberdade no da bicicleta.
Falar sobre transporte não é muito fácil, pois logo me vem à mente o trânsito caótico que vivemos: congestionamentos, atrasos, valor de passagem, insegurança...
Moro em Porto Alegre e, por conveniência, optei por usar carro particular para me locomover pois, apesar de o Código de Trânsito Brasileiro afirmar que um trânsito seguro é um direito do cidadão, não me sinto segura no transporte coletivo e tampouco os horários e rotas disponíveis se encaixam às minhas necessidades, uma vez que tenho que me deslocar para diferentes locais durante o dia.
Gostaria muito de poder usar meios alternativos de transporte como a bicicleta, mas as poucas ciclovias que temos não suprem as necessidades, sem contar a falta de conexão entre elas. Para andar fora das ciclofaixas, é necessário um pouco de coragem, pois o trânsito da nossa cidade é bastante violento. Diariamente, pessoas morrem no trânsito por causa dessa violência e/ou de imprudências, e acho que a bicicleta nos deixa mais vulneráveis. Ainda temos outro fator que são os assaltos cada vez mais constantes (claro que acontecem com carros também, mas a sensação de insegurança, acredito, é maior na bike).
O conforto dos automóveis, como ar-condicionado e poltrona macia, é sempre bem-vindo, mas não foi decisivo para a minha escolha
Admito que a quantidade de carros irrita a mim e à maioria dos motoristas. Saídas de estádios, por exemplo, são sempre muito complicadas. Se o transporte público fosse melhor, no que diz respeito à segurança e à quantidade de veículos, certamente mais pessoas deixariam o automóvel na garagem.
Metrô é uma alternativa que já deveria estar à disposição dos porto-alegrenses, interligando bairros. Infelizmente, nada indica que esse panorama vai mudar nos próximos anos. Ao contrário, serão mais e mais carros jogados nas vias. Pior: essa frota toda é colocada em circulação sem que haja mudança na estrutura. Ou seja, as ruas ficam ainda mais congestionadas, as pessoas ficam mais nervosas. Um círculo vicioso. Estacionamento para tudo isso? É outra coisa bem preocupante nas metrópoles.
Confesso que o conforto dos automóveis, como ar-condicionado e poltrona macia, é sempre bem-vindo, mas não foi decisivo para a minha escolha. Meu critério baseou-se mais na segurança e na praticidade, numa comparação com o transporte público, a bicicleta e até as motos. Devido aos fatores citados, continuo achando o carro a melhor opção de locomoção para as minhas necessidades.