Os balanços do primeiro trimestre das empresas de capital aberto ainda mostram que as empresas continuam sentido a fraqueza da economia.
Apesar disso, a bolsa voltou a subir no mês de maio, impulsionada pelo ritmo de aprovação das reformas no Congresso, com destaque especial para a reforma da Previdência. O relatório da reforma foi aprovado na comissão da Câmara na última semana e agora o governo foca em conseguir os votos necessários para o projeto passar no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre. A reforma trabalhista já foi aprovada pela Câmara e agora segue para o Senado. O governo tenta conseguir regime de urgência para que essa votação ocorra nas próximas duas semanas. Os investidores trabalham acreditando que as duas reformas serão aprovadas, embora a reforma da Previdência ainda enfrente bastante resistência.
Outra medida que foi aprovada na Câmara na última semana foi o projeto que cria o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados. O projeto permite que Estados em situação pré-falimentar fiquem três anos sem precisar pagar a dívida com a União. Em troca, os Estados terão de apresentar contrapartidas como congelar salários dos servidores, cortar isenções tributárias em 10%, não criar novos cargos e privatizar estatais. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro se mostraram interessados em aderir ao projeto. A matéria agora segue para aprovação no Senado, que já deu sinais de que a tramitação será rápida.
Além das medidas aprovadas, a queda mais acentuada da inflação, atualmente acumulada em 12 meses em 4,08%, abaixo da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central, vai proporcionar que o Copom reduza a taxa Selic entre 1,25 até 1,50 ponto na próxima reunião, trazendo o juro para o patamar de 10% a.a. Mais uma boa notícia para o mercado, que poderia trabalhar com uma taxa próxima de 8% até o fim do ano.
A queda do CDS (Credit Default Swap) de cinco anos, indicador de risco do país, para o menor patamar em dois anos também reforçou a alta da bolsa no mês e a percepção otimista dos investidores estrangeiros com o Brasil.
Com esse cenário, o Ibovespa acumula alta de 4,3% em maio e de 13,3% no ano. O câmbio continua em queda com a cotação do dólar a R$ 3,13, recuando 2,2% no mês e 4% no ano.