Dois episódios ocorridos na última segunda-feira – a pressão do Ministério Público sobre o deputado relator das 10 Medidas contra a Corrupção e a manifestação reticente do presidente Michel Temer sobre a criminalização do caixa 2, no programa Roda Viva – acrescentaram mais combustível ao conflito cada vez mais explícito entre integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato e parcela expressiva de políticos do Congresso Nacional e do próprio governo. O Ministério Público Federal denuncia abertamente articulações de parlamentares para abafar a investigação que vem desvendando a corrupção no país. Deputados e senadores, especialmente aqueles que temem ser responsabilizados por práticas ilícitas até pouco tempo toleradas, acusam os integrantes do MP de vigilantismo e tentam frear, pela via legislativa, o que consideram abuso de autoridade.
Editorial