Anos de administração irresponsável e populismo levaram os Estados brasileiros à falência financeira. Endividados, sem recursos até mesmo para honrar o compromisso com a folha de servidores, os governadores pedem socorro ao Planalto, que também está com os cofres raspados e tenta aprovar projetos de austeridade no Congresso para manter a governabilidade. Apesar dos efeitos danosos a toda a sociedade, a quebra é da administração pública – e não do regime democrático ou mesmo da nação brasileira. Foi a má gestão dos políticos que levou ao caos atual, o que significa que o país só poderá sair dele com boa gestão e com seriedade administrativa.
Se já era preocupante, a falência do setor público nas três instâncias da federação passa a inquietar ainda mais com a acelerada piora registrada agora nas projeções sobre a retomada do crescimento da economia brasileira. As estimativas de retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 saltaram de 3% para 3,5%, e já há quem fale em crescimento zero no próximo ano.
Nesse cenário adverso, em que a arrecadação tende a seguir abaixo das necessidades, os governadores cumprem o seu papel ao pressionar o governo federal por saídas para a crise, mas a tática gera mais instabilidade para o país do que soluções para os Estados. Sinal disso é que o acordo da dívida, recém fechado, produziu um alívio apenas temporário. Atualmente, o que mais preocupa é um déficit de no mínimo R$ 64 bilhões nas previdências estaduais.
O poder público enfrenta hoje as consequências de décadas sucessivas de má gestão. Quem arca com a conta da irresponsabilidade fiscal são os contribuintes, pois não há saída fora da austeridade, cujo custo precisa ser compartilhado por todos, indistintamente.