Se já era difícil para os prefeitos eleitos dia 2 de outubro, a situação para a maioria dos candidatos confirmados ontem como futuros administradores de mais de meia centena de municípios nos quais a decisão ficou para o segundo turno será ainda mais complicada. No calor dos debates, com um acirramento da disputa que, em muitos casos, ultrapassou todos os limites do bom senso, muitos postulantes às prefeituras acabaram se comprometendo com o que, a partir de 1º de janeiro, dificilmente terão condições de cumprir, por absoluta falta de recursos financeiros. O primeiro ato de muitos prefeitos, portanto, deve ser a adequação dos compromissos à realidade, para não terem que começar a governar ainda sob mais descrença na política que a demonstrada pelo elevado número de votos brancos, nulos e abstenções.
Editorial
A realidade do pós-urnas
Os novos gestores municipais precisam contribuir para o resgate da credibilidade da política entre eleitores que, em boa parte, compareceram diante da urna sob ceticismo.