A covardia (com homem não fariam) dos endinheirados paulistas que achincalharam Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, há dois anos, teve seu desfecho ontem quando uma costurada trapaça devolveu o futuro do Brasil àqueles que desde sempre o sugaram. O que foi grosseiro agora se engalana: o Julgamento do Senado é o nome que se dá a um procedimento, construído sobre comportamentos desavergonhados jamais vistos e comandado por um títere daquele Aécio derrotado. A começar pela hipocrisia de nominar julgamento um conluio para resultado já anunciado e a terminar pela desfaçatez de assumirem que será político o veredicto que a ordem jurídica exige seja jurídico. Escorados nas indefinidas "pedaladas", impostores com ares de sábios proclamam um "conjunto da obra" para superar a inexistência de crime autorizador de impeachment. Como senadores, não seriam impostores, posto que eleitos, mas como magistrados, condição que conceitua quem julga, o são.
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Airton Michels: o circo infame
Servidor público e militante do PT