Oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por desvio de R$ 1,7 milhão de uma conta do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Os golpistas teriam usado informações privilegiadas e conseguiram falsificar documentos com base em informações do banco de dados da Secretaria de Segurança Pública. Entretanto, as investigações não conseguiram apontar se integrantes do Tribunal de Justiça ou da agência bancária estariam envolvidos no desvio.
As investigações duraram um ano, após denúncia do Ministério Público feita pelo Tribunal de Justiça. Segundo a investigação, um alvará judicial falso autorizando a liberação da quantia foi parar em uma agência do Banrisul no Fórum Central de Porto Alegre. No local, o golpista apresentou outra via do documento, que foi conferida pelo caixa. Em seguida, o dinheiro foi liberado e transferido para um doleiro em Santana do Livramento. Na fronteira com o Uruguai, o dinheiro foi sacado, trocado por dólares e euros e, então, distribuídos aos outros integrantes da quadrilha.
"Não encontramos, de fato, eventual funcionário do Poder Judiciário ou do Banrisul. Eles não existem ou a participação deles não deixou rastros. Esgotamos as possibilidades", disse o Promotor de Justiça, Flávio Duarte da Promotoria Especializada.
Segundo dados apurados pela investigação, o dinheiro desviado tinha sido depositado por uma companhia telefônica como garantia de pagamento em processo que corre em Tapejara. Para conseguir fazer o saque, a quadrilha falsificou o documento da Justiça, mas também a carteira de identidade do autor da ação.
Sete dos oito integrantes de uma quadrilha foram presos no ano passado quando foi solicitada a prisão temporária para a conclusão das investigações. O promotor Flávio Duarte afirmou que na ótica do Ministério Público os oito integrantes da quadrilha, que não tiveram seus nomes divulgados, têm participação no golpe que desviou essa quantia do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.