O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, confirmou nesta quinta-feira (1º) que não haverá reunião na sexta-feira entre iranianos e europeus sobre a questão nuclear iraniana, como Teerã havia sugerido no início desta semana.
"Estava prevista uma reunião técnica antes da (...) reunião de alto nível entre Estados Unidos e Irã. Dado que essa reunião não aconteceu, a reunião técnica deixou de ser relevante, ao menos naquele momento", declarou à AFP, referindo-se ao adiamento de um encontro previsto para sábado, em Roma.
Estados Unidos e Irã haviam programado uma reunião na capital italiana para uma quarta rodada de negociações, após ambas as partes relatarem avanços em rodadas anteriores.
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel suspeitam que o Irã busca desenvolver armas nucleares.
Teerã rejeita essas acusações e defende seu direito ao desenvolvimento nuclear para fins civis.
Ao ser questionado se os europeus foram efetivamente excluídos das negociações, o ministro francês respondeu que eles haviam "coordenado muito de perto o cronograma de negociações, já que, em poucas semanas, se não chegarmos a um acordo com o Irã sobre uma redução significativa, verificável e sólida de seu programa nuclear, os europeus voltarão a aplicar as sanções que suspenderam há 10 anos, quando o acordo foi alcançado".
"E, é claro, não hesitarei nem por um segundo, já que nenhum acordo foi alcançado", afirmou.
Barrot fez essas declarações após se reunir nesta quinta-feira com seu par americano, Marco Rubio, no Departamento de Estado.
França, Alemanha e Reino Unido, junto com China e Rússia, fazem parte do acordo de 2015 com o Irã, que estabelece um marco para as atividades nucleares da república islâmica em troca do levantamento de sanções internacionais.
O texto ficou de fato obsoleto após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem do acordo três anos depois, durante a primeira presidência de Donald Trump.
Os negociadores americanos, incluindo o secretário de Estado e o enviado Steve Witkoff, "têm nosso cronograma perfeitamente em mente e, de certo modo, asseguraram que exista uma espécie de sincronização entre o tempo que se deram para dialogar com o Irã e o tempo restante antes que os europeus implementem esse cronograma", ressaltou Barrot.
* AFP