
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou em Warren, no Estado do Michigan, nos Estados Unidos, sobre as ações realizadas ao longo de seus cem dias de governo no seu segundo mandato. O republicano adotou um tom de campanha, exaltando as medidas adotadas e criticando adversários e a imprensa.
— Não temos feito mais do que começar — disse o presidente para apoiadores.
Ele classificou o período desde a posse, em 20 de janeiro, como os "cem dias mais exitosos" da história dos Estados Unidos.
Durante a fala, ele repassou várias críticas que têm feito ao longo dos últimos meses. Em determinado momento, chamou o ex-presidente Joe Biden, de "sonolento" e perguntou ao público se a palavra "trapaceiro" seria melhor para se referir ao democrata.
Trump também acusou a imprensa de ser "mentirosa", os juízes de serem "comunistas" e os países aliados de terem "saqueado" comercialmente os Estados Unidos. Nem o presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, Jerome Powell, escapou:
— Não está fazendo um bom trabalho — disse.

Política de imigração
O presidente também defendeu as medidas adotadas para deportar imigrantes em situação irregular no país.
— Conquistamos a fronteira mais segura da história dos Estados Unidos — afirmou.
Conforme números da administração republicana, 139 mil pessoas foram deportadas desde 20 de janeiro, data da posse de Trump, sendo que em 2022, 11 milhões de imigrantes viviam em situação irregular ou com visto temporário.
Trump ainda destacou que designou como organizações terroristas seis cartéis mexicanos, a gangue MS-13 e a gangue venezuelana Tren de Aragua.
Na ocasião, ele invocou a Lei de Inimigos Estrangeiros, até então usada apenas em tempos de guerra, para deportar suspeitos de serem membros de gangues para El Salvador.
O FBI concluiu que essas gangues teriam sido enviadas pela "Venezuela para fomentar a violência e a instabilidade nos Estados Unidos", afirmou o republicano.
A multidão gritava "EUA! EUA!" quando Trump divulgou um vídeo de migrantes sendo expulsos para El Salvador para serem presos.
Índice de aprovação
Pesquisas de opinião apontam, com unanimidade, para um declínio no índice de aprovação do presidente — alimentado por preocupações com tarifas e seus ataques à ordem institucional. Os números foram contestados por Trump no discurso desta terça.
Dos entrevistados, 64% acreditam que ele está indo "longe demais" em sua tentativa de expandir os poderes presidenciais, de acordo com uma pesquisa publicada no domingo pelo Washington Post e pela ABC News.
— Odeio que pensem assim. Estou fazendo uma coisa: estou fazendo os Estados Unidos grande de novo — respondeu nesta terça em uma entrevista a ABC.