A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, rejeitou nesta segunda-feira (14) a proibição dos "narcocorridos" e, em vez disso, pediu que as letras desse gênero musical não glorifiquem a violência e as drogas.
Durante sua coletiva de imprensa matinal, Sheinbaum condenou a violência que eclodiu em um show em Texcoco (estado central do México) no fim de semana, quando um artista, famoso por cantar "corridos" (gênero musical mexicano) que glorificam o tráfico de drogas, disse que uma ordem estadual o impedia de tocar aquela música, e o público ficou indignado.
A líder esquerdista, que anteriormente havia criticado a divulgação de imagens alusivas ao Cartel Jalisco Nueva Generación durante um evento semelhante, afirmou que seu governo rejeita a censura de tais expressões.
"Não proibimos um gênero musical; isso seria absurdo. O que estamos propondo é que as letras não façam apologia a drogas, violência, violência contra a mulher ou que a mulher seja vista como objeto sexual", disse.
Estados como Nayarit, Baixa Califórnia, Chihuahua e Quintana Roo proibiram a disseminação dos "narcocorridos" e variantes como corridos "tumbados" ou "bélicos", que muitas vezes exaltam a cultura das drogas.
"Nossa posição (...) é construir esse consenso social de que a violência não deve ser glorificada. Estamos falando de músicas, mas também de séries de televisão", acrescentou Sheinbaum.
Na semana passada, a presidente lançou um concurso binacional de música "pela paz e contra o vício", buscando combater o aumento dos "narcocorridos" entre os jovens no México e nos Estados Unidos.
* AFP