A força política do presidente argentino, Javier Milei, A Liberdade Avança (LLA), enfrenta, neste domingo (13), em uma província, o primeiro teste de um ano eleitoral de meio de mandato que terminará em outubro, no qual colocará à prova sua "marca" partidária.
O início do calendário eleitoral chega dois dias depois do contundente apoio que o Fundo Monetário Internacional deu ao programa de governo de Milei, ao anunciar na sexta-feira um empréstimo de 20 bilhões dólares (117 bilhões de reais) para fortalecer as reservas internacionais argentinas.
A votação também ocorre depois de Milei anunciar, na sexta-feira, a eliminação do controle do câmbio a partir de segunda-feira, quando passa a vigorar uma flutuação do valor do dólar de entre 1.000 e 1.400 pesos.
A província de Santa Fé, ao norte de Buenos Aires, escolherá quem reformará sua Constituição, além de cargos locais. Há 16 meses, Milei obteve na região 62,8% dos votos no segundo turno que o levou à presidência.
Com 2,8 milhões de eleitores, Santa Fé é o terceiro maior colégio eleitoral da Argentina, representando 8% do eleitorado nacional. Localizada junto ao rio Paraná, abriga o terceiro polo agroexportador mundial.
Embora o interesse do cidadão nas eleições seja moderado, o resultado será um indicador importante da força eleitoral da LLA, disse à AFP Roque Cantoia, da consultoria Doxa Data.
A relevância dessas eleições para o presidente se refletiu quando Karina Milei, sua irmã e secretária-geral da presidência, formou o partido em Santa Fé e decidiu concorrer sem alianças.
Em março, percorreu o distrito apresentando candidatos que, segundo ela, replicarão na província as políticas que seu irmão exerce a nível nacional.
Para Cantoia, essas eleições não representam "um plebiscito para o governo nacional", mas sim a primeira parada da corrida em direção às eleições parlamentares nacionais de 26 de outubro, nas quais o governo busca aumentar seu escasso número de legisladores.
"A chave para o aspecto nacional é que essa é a primeira instância eleitoral desde que Milei é presidente, e isso pode nos dar uma ideia do poder da marca para transferir o poder político", disse Cantoia.
Em Santa Fé, "a marca partidária está muito instalada: 25% se identifica com o partido do presidente e a chave será ver a capacidade de transferência de capital político da LLA, sem Milei na cédula".
O mandatário ultraliberal, que conta com o apoio de entre 40% e 45% da população, se orgulha de uma queda da inflação de 211% em 2023 para 118% em 2024, que conseguiu à força de um ajuste fiscal elogiado pelo FMI por seus "impressionantes avanços na estabilização da economia", mas criticado por outros por seu alto custo social.
* AFP