O chefe da Boeing comparecerá nesta quarta-feira (2) a uma audiência perante uma comissão do Senado dos Estados Unidos na qual deverá reconhecer que a fabricante de aviões cometeu "graves erros" nos últimos anos, e reiterará seu compromisso de restabelecer "a confiança" na empresa.
Boeing vem sofrendo com problemas de qualidade na produção na última década, o último deles em janeiro de 2024, quando um 737 MAX 9 da Alaska Airlines perdeu uma escotilha em pleno voo, o que deixou várias pessoas com ferimentos leves.
Na véspera de seu comparecimento perante o Comitê de Comércio e Transporte, Kelly Ortberg enviou uma mensagem a seus 160 mil funcionários, na qual adicionou a declaração que fará como preâmbulo de seu depoimento. A empresa tornou públicos ambos os textos na noite desta terça-feira (1º).
"A Boeing cometeu graves erros nos últimos anos, e isso é inaceitável", diz o texto do diretor-executivo, que assumiu o cargo em agosto.
"Como resultado, introduzimos mudanças de grande envergadura nas equipes, nos processos e na estrutura geral do Grupo", acrescenta.
Ortberg reconhece também que "ainda há trabalho a fazer" e que as "mudanças profundas" se sustentam em seu compromisso com "a segurança" de seus produtos e serviços.
Em sua mensagem aos funcionários, garantiu que o grupo estava "começando a ver a luz no fim do túnel", mas que uma transformação da companhia vai requerer tempo e esforço.
Na audiência, Ortberg reconhecerá os dois acidentes do modelo 737 MAX 8, um em outubro de 2018 e outro em março de 2019, nos quais morreram um total de 346 pessoas, das quais alguns familiares estarão presentes na sala. Ele vai prometer "fazer todas as mudanças necessárias para que isso não volte a acontecer".
A Boeing admitiu que o desenho do software anticolisão contribuiu para os dois acidentes mortais, que envolveram aviões novos pouco depois da decolagem.
Em meio à crise, a fabricante implantou um sistema de gestão da segurança para garantir a redução dos erros.
* AFP
