
A Ucrânia não "discutirá" a transferência da propriedade de suas usinas nucleares para os Estados Unidos, incluindo a de Zaporizhzhia, atualmente ocupada pela Rússia. A proposta partiu de Donald Trump, presidente norte-americano, que sugeriu que seu país seria capaz de "proteger a infraestrutura" das usinas ucranianas.
— Não discutiremos isso. Temos 15 reatores nucleares em operação hoje. Tudo isso pertence ao nosso Estado — declarou Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, durante uma coletiva de imprensa em Oslo, capital da Noruega, nesta quinta-feira (20).
A Ucrânia tem quatro centrais em operação, todas construídas durante a era soviética. Uma delas é Zaporizhzhia, maior usina nuclear da Europa e desativada desde que foi tomada por militares russos no início de 2022.
O destino da usina é uma fonte de preocupação para a Ucrânia, para as potências ocidentais e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente de atacar esta central desde a ocupação. Zelesnky salientou ainda que as usinas "não são propriedades privadas".
— São centrais nucleares que pertencem ao Estado, não são propriedade privada — disse.
Trump sugeriu controle das usinas ucranianas
Os Estados Unidos sugeriram na quarta-feira que poderiam "tomar posse" das usinas nucleares da Ucrânia como parte de seus esforços para acabar com o conflito entre russos e ucranianos. Trump afirmou que "os EUA poderiam ser muito úteis na operação dessas usinas com sua expertise em eletricidade e utilidades".
A ideia foi rechaçada por Zelesnky, que, no entanto, declarou-se aberto a propostas dos Estados Unidos para "modernizar ou investir" em Zaporizhzhia.
"O controle americano dessas usinas seria a melhor proteção para essa infraestrutura", diz comunicado norte-americano assinado pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo enviado especial americano, Mike Waltz. .