
O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva nesta quinta-feira (6) estendendo isenções tarifárias a uma série de produtos canadenses e cortando impostos sobre potássio — mineral usado como fertilizante na agricultura dos Estados Unidos.
A isenção, que será prorrogada até 2 de abril, afetará os produtos que cumpram as regras estabelecidas pelo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC). Segundo Trump, a decisão torna a situação "mais favorável para nossas montadoras americanas", disse o magnata republicano.
Mais cedo nesta quinta, o presidente dos EUA já havia recuado em sua ofensiva comercial contra o México, ao anunciar isenção de tarifas aos produtos desse país incluídos no T-MEC até 2 de abril.
"Nossa relação tem sido muito boa e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto no que se refere a impedir que migrantes ilegais entrem nos Estados Unidos como também a deter o fentanil", declarou.
Premier canadense quer "remover todas as tarifas"
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse nesta quinta (6) que seu objetivo continua sendo "remover todas as tarifas" e que seu governo estava discutindo sobre a possibilidade de adiar uma segunda onda de tarifas retaliatórias contra os EUA. Na terça, ele anunciou tarifa de retaliação de 25% sobre produtos estadunidenses.
Na quarta-feira (5), o presidente dos EUA, Donald Trump, conversou com Trudeau e disse a ele que os esforços do Canadá para interromper o fluxo de fentanil "não eram bons o suficiente".
"Enquanto houver tarifas americanas que sejam totalmente injustificadas, responderemos com veemência", disse o primeiro-ministro, acrescentando que a guerra comercial entre Canadá e EUA persistirá no futuro próximo.
Retaliações
Na segunda-feira (3), Donald Trump confirmou a aplicação das taxas de 25% sobre importações do Canadá e do México, e de 10% adicionais para produtos da China, que entraram em vigor no dia seguinte. Ele também assinou um decreto para aplicar tarifa sobre produtos agrícolas de fora do país, a partir de abril.
As taxas contra os países americanos entrariam em vigor no início de fevereiro, mas um acordo firmado adiou a aplicação em um mês.
México e Canadá haviam se comprometido a tomar medidas contra a entrada de fentanil — opioide sintético que mata milhares de pessoas de overdose nos EUA — e imigrantes ilegais nos Estados Unidos pelas fronteiras com os dois países. No último dia 27, Trump disse que as drogas continuam entrando nos EUA "em níveis muito altos e inaceitáveis".
O tráfico de fentanil também é a justificativa utilizada pelo presidente norte-americano para uma tarifa geral adicional de 10% sobre as importações da China, além dos 10% iniciais que estão em vigor desde o início de fevereiro.
Países anunciam retaliação
Os países afetados anunciaram retaliação. Além dos 25% estabelecidos por Trudeau, a China colocou em vigor um aumento de 15% na tarifa sobre alimentos e outros produtos agrícolas, além de aumentar as restrições de exportação para empresas americanas.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse na terça-feira (4) que o país responderá às tarifas impostas pelos EUA com suas próprias tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos.