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O presidente Donald Trump anunciou na segunda-feira (3) que planeja impor tarifas sobre produtos agrícolas que entram nos Estados Unidos a partir de 2 de abril, visando uma nova categoria de bens depois do aço e do alumínio.
"Aos grandes agricultores da América: preparem-se para começar a produzir uma grande quantidade de produtos agrícolas que serão vendidos DENTRO dos Estados Unidos”, disse Trump na sua rede Truth Social. “As tarifas serão aplicadas aos produtos estrangeiros no dia 2 de abril — acrescentou sem dar detalhes.
Os consumidores podem sentir o efeito nos preços, complicando, desta forma, as promessas de campanha de Trump de reduzir a inflação. A indústria já começa a notar os efeitos.
— Os aumentos de preços se aceleraram por causa das tarifas, o que provocou atrasos em novos pedidos, interrupções nos fornecedores e impactos nos estoques — declarou Timothy Fiore, encarregado da pesquisa sobre o índice ISM, que mede a atividade do setor manufatureiro.
Até o momento, as tarifas impactam, sobretudo, fabricantes dos setores químico, de transporte, máquinas, eletrodomésticos e alimentício.
Tarifas de 25% sobre importações
As tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá devem entrar em vigor na terça-feira (4). As tarifas incluem taxas de 25% sobre todas as importações mexicanas e canadenses, com exceção apenas da tarifa de 10% das importações de energia do Canadá.
As suspensões foram anunciadas e ambos os países se comprometerem a cumprir demandas de Trump, como reforçar as fronteiras para reduzir a entrada de fentanil e a entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.
"As drogas seguem entrando em nosso país por México e Canadá a níveis muito altos e inaceitáveis", explicou o mandatário na semana passada em sua rede Truth Social.
Trump também anunciou uma tarifa geral adicional de 10% sobre as importações oriundas da China, além dos 10% iniciais que estão em vigor desde o início de fevereiro.
Novas taxas
No início do mês, Trump confirmou a taxação de 25% das importações de aço e alumínio, que atinge diretamente o Brasil.
No dia 13 de fevereiro, o presidente dos EUA também assinou uma ação executiva para aplicar tarifas recíprocas para equilibrar o comércio global.
O Brasil foi citado em relação ao comércio de etanol, e a União Europeia em relação a mariscos e automóveis. Um relatório deve ser entregue ao presidente em 180 dias.