
As conversas sobre um cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia vão continuar no domingo na cidade de Jidá, na Arábia Saudita, informou o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, nesta terça-feira (18).
Em entrevista ao canal Fox News, horas depois de uma longa conversa telefônica entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, Witkoff disse que as conversas sobre um acordo de cessar-fogo "vão começar no domingo [23] em Jidá."
Witkoff assinalou que a delegação americana na Arábia Saudita será liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio e pelo conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz, mas não indicou quem seriam as contrapartes nas negociações.
Ao mencionar a possibilidade de um cessar-fogo envolvendo a infraestrutura energética e alvos no Mar Negro, Witkoff disse: "Acho que os russos concordaram com essas duas coisas. E estou esperançoso de que os ucranianos também vão concordar com isso."
A Ucrânia acusou a Rússia, nesta quarta-feira (19, data local), de rejeitar efetivamente a proposta de cessar-fogo apoiada pelos Estados Unidos, ao reportar uma onda de ataques à infraestrutura civil horas depois de Moscou estabelecer uma pausa nos ataques à rede de energia.
Washington tem pressionado por um cessar-fogo total, de 30 dias, como um primeiro passo para uma solução mais ampla para a guerra que já dura três anos.
Em uma conversa telefônica de 90 minutos com Trump na terça-feira, o presidente russo rejeitou essa trégua total, insistindo em que qualquer acordo desse tipo dependeria da interrupção de toda a ajuda militar dos aliados à Ucrânia.
De acordo com o Kremlin, Putin já ordenou a seu Exército uma pausa nos ataques contra a rede de energia ucraniana por 30 dias.
Witkoff, no entanto, reiterou que a proposta de cessar-fogo incluía "energia e infraestruturas no geral."
O enviado de Trump elogiou Putin "por tudo o que fez hoje [terça-feira] naquela ligação para aproximar o seu país de um acordo de paz final".
Witkoff disse que, com o consenso em torno dos alvos na rede de energia e nas infraestruturas, bem como os no Mar Negro, acredita que "há uma distância relativamente curta para um cessar-fogo total a partir daí".
* AFP