
O governo mexicano anunciou nesta terça-feira (4) que está preparando medidas "tarifárias e não tarifárias" em retaliação às taxas de 25% impostas pelo governo de Donald Trump sobre as importações de produtos mexicanos.
"Decidimos responder com medidas tarifárias e não tarifárias que anunciarei em praça pública no próximo domingo", disse a presidente Claudia Sheinbaum durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.
"O objetivo não é, de forma alguma, iniciar um confronto econômico ou comercial que, infelizmente, é o oposto do que deveríamos estar fazendo, ou seja, integrar ainda mais nossas economias", acrescentou.
A presidente disse que no próximo domingo anunciará as medidas durante um evento no Zócalo, a principal praça pública do país.
A presidente garantiu que "não há motivo, razão ou justificativa" para apoiar a decisão do governo Trump de impor tarifas ao México, parceiro dos Estados Unidos no acordo de livre comércio norte-americano T-MEC, junto com o Canadá.
"Já dissemos isso de diferentes maneiras: cooperação e coordenação sim, subordinação e intervencionismo não. O México deve ser respeitado", enfatizou.
A decisão de Trump de impor tarifas ao México ocorre após uma pausa de um mês em que o governo de Sheinbaum enviou 10.000 militares para conter o tráfico de drogas para os Estados Unidos.
Durante esse período, as autoridades de comércio e segurança também realizaram reuniões com seus homólogos americanos.
O governo mexicano também transferiu 29 traficantes de drogas para os Estados Unidos, incluindo Rafael Caro Quintero, conhecido como o "Narco de Narcos", que era procurado pelas autoridades americanas pelo assassinato do agente da DEA Enrique "Kiki" Camarena.
"Trabalhamos e produzimos resultados em termos de segurança", disse a presidente.
Ao anunciar as tarifas sobre o México, o governo Trump disse que os cartéis do país operam por meio de um "relacionamento intolerável" com o governo mexicano.
Sheinbaum chamou a declaração da Casa Branca de "ofensiva, difamatória e sem fundamento".
Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do México e são o destino de 80% de suas exportações.
Os analistas da empresa britânica Capital Economics disseram nesta terça-feira que, se a medida for mantida, levaria a economia mexicana, a segunda maior da América Latina, à recessão.
* AFP