Três meses após o último drama orçamentário, os Estados Unidos enfrentam novamente uma possível paralisação dos serviços públicos, com o presidente Donald Trump pedindo ao Congresso que aprove até sexta-feira uma lei para evitar esta difícil situação.
"Veremos, mas pode acontecer", disse o presidente americano no domingo a bordo do Força Aérea Um.
A situação, que ocorre quando o Congresso não aprova um novo orçamento ou toma medidas para prorrogar o atual com mais fundos, representa uma ameaça ao funcionamento do estado federal, um fenômeno popularmente conhecido como "shutdown".
Se isso acontecer, centenas de milhares de funcionários públicos ficarão tecnicamente desempregados, sem remuneração, até que a situação seja resolvida.
O tráfego aéreo seria interrompido, parques nacionais fechados e os pagamentos de auxílios alimentares a famílias de baixa renda seriam afetados.
O Congresso evitou uma paralisação no último minuto em dezembro, mas somente até 14 de março.
A situação é tão impopular que o presidente luta para evitá-la.
Durante seu primeiro mandato (2017-2021), uma disputa com os democratas sobre o financiamento para o muro na fronteira sul com o México levou à paralisação parcial do governo federal por 35 dias.
Uma proposta apresentada no sábado pode salvar a situação até setembro. Isso permitiria que Trump trabalhasse com um orçamento mais coerente para financiar suas medidas, como a expulsão de migrantes.
Mas os republicanos têm pouca margem de manobra na Câmara dos Representantes, onde costumam perder votos de conservadores ortodoxos que se opõem a estas leis temporárias porque acreditam que só agravam o endividamento do país.
A oposição democrata não apoiará o texto, em meio a cortes de pessoal no setor público federal seguindo a orientação do conselheiro do presidente republicano, o bilionário Elon Musk.
* AFP