O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira (26) a indicação de Jamieson Greer para o posto de representante comercial da Casa Branca (USTR, na sigla em inglês), um cargo-chave para a política tarifária do governo de Donald Trump.
Greer recebeu 56 votos a favor, enquanto 43 senadores se opuseram à sua confirmação.
Sócio do escritório de advogados King & Spalding, Greer foi chefe de gabinete do ex-representante comercial de Trump, Robert Lighthizer, durante o seu primeiro mandato. Lighthizer é considerado o artífice da volta das tarifas nos Estados Unidos, particularmente contra uma série de produtos chineses, bem como o aço e o alumínio europeus.
Na audiência de confirmação no início de fevereiro, Greer defendeu o princípio de impor tarifas universais, argumentando que permitiriam "reverter tanto o déficit comercial quanto o 'offshoring' [a transferência de negócios para outros países]", bem como criar "as condições para uma concorrência leal".
"Os Estados Unidos são um país de produtores", insistiu, afirmando que as empresas e os agricultores americanos, entre os "mais competitivos do mundo", devem "acessar mercados que até agora estiveram fechados".
O USTR está diretamente vinculado à Casa Branca e divide a responsabilidade sobre a política comercial americana com o Departamento de Comércio, com um papel especial no estabelecimento de tarifas.
Contudo, Trump anunciou que deseja colocar o USTR sob a responsabilidade direta do secretário de Comércio, Howard Lutnick.
O presidente americano anunciou uma série de tarifas, voltadas para vários países, em especial Canadá, México e China, ou a produtos específicos, como aço e alumínio. Por ora, só entraram em vigor as tarifas sobre a China, com um aumento de 10%.
Nesta quarta-feira, o presidente republicano disse que as tarifas sobre México e Canadá - seus parceiros no tratado de livre-comércio T-MEC - serão aplicadas a partir de 2 de abril.
* AFP