
O presidente interino da Síria, Ahmad al Sharaa, prometeu nesta terça-feira (25) garantir o "monopólio" do Estado sobre as armas ao abrir uma conferência de diálogo nacional sobre o futuro do país, dois meses e meio após a queda de Bashar al Assad.
Ahmad al Sharaa foi nomeado presidente interino em janeiro, após uma ofensiva do grupo islamista radical Hayat Tahrir al Sham (HTS), que tomou o poder em 8 de dezembro em Damasco, e anunciou que implementaria um diálogo nacional durante o período de transição.
Representantes da sociedade civil, comunidades religiosas, figuras da oposição e artistas estão participando em Damasco dessa conferência, que supostamente representa todos os sírios após anos de guerra civil.
No entanto, a administração autônoma liderada pelos curdos, que controla grande parte do nordeste da Síria, e seu braço armado, as Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), não foram convidados.
De acordo com os organizadores, nenhuma entidade armada recebeu um convite.
Em resposta, 35 partidos da administração autônoma denunciaram uma representação "puramente simbólica" nessa conferência, que, segundo eles, "não reflete a realidade dos componentes da sociedade síria".
Essas conferências "são sem sentido e sem valor e não contribuirão para encontrar soluções concretas para a crise pela qual o país está passando", acrescentaram os partidos.
"A Síria não aceita divisão, é um todo integrado e sua força está em sua unidade", disse Ahmad al Sharaa em seu discurso de posse.
"O monopólio de armas nas mãos do Estado não é um luxo, mas um dever e uma obrigação", disse ele.
O novo poder havia anunciado a dissolução do exército sírio e de todas as facções rebeldes armadas, incluindo o grupo HTS, liderado por Sharaa.
Um governo interino está encarregado de administrar os assuntos cotidianos até 1º de março, quando a Síria deverá ter um novo governo que reflita "a diversidade" do povo sírio, de acordo com as novas autoridades.
* AFP