
Em boletim publicado na tarde desta quarta-feira (19) em seu site oficial, o Vaticano afirmou que a condição de saúde do Papa Francisco é estável e que novos exames de sangue mostram "leve melhora", principalmente nos índices inflamatórios.
O Pontífice, de 88 anos, que foi diagnosticado com pneumonia nos dois pulmões e infecção respiratória polimicrobiana, está internado no Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, em Roma, desde a sexta-feira (14). O argentino tem histórico de problemas respiratórios e já retirou parte de um pulmão.
Ainda segundo o boletim, o Papa recebeu, nesta tarde, uma visita da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, com quem conversou em particular por cerca de 20 minutos.
No comunicado, o Vaticano ainda contou como foi o dia do Papa: "Após o café da manhã leu alguns jornais e depois se dedicou às atividades de trabalho com seus colaboradores mais próximos. Antes do almoço recebeu a Eucaristia".
Infecção polimicrobiana
As infecções polimicrobianas são causadas por diferentes bactérias atuando simultaneamente no organismo, podendo ser uma ação combinada com vírus, fungos e parasitas. Ou seja, essa condição não é considerada uma doença isolada, mas sim um fator que pode complicar quadros já existentes.
Quando afeta as vias respiratórias, a infecção pode provocar sintomas como tosse, falta de ar, febre, fadiga e chiado no peito, semelhantes aos da pneumonia e de outras doenças respiratórias.
A diferença é que, nesse caso, diversos agentes atuam em conjunto, e não apenas os pneumococos — bactérias frequentemente associadas a infecções pulmonares, como a pneumonia. O papa Francisco já estava com bronquite, infecção que afeta os brônquios, vias aéreas que conduzem o ar para os pulmões.
Com a infecção polimicrobiana, a doença pode progredir e evoluir para sepse, infecção generalizada que pode levar o paciente ao óbito, em casos mais graves.
— O problema é que o papa Francisco tem problemas respiratórios recorrentes. Ele já tem os pulmões mais frágeis. Com isso, a capacidade respiratória fica reduzida. E ele não respondeu bem ao primeiro tratamento, isso também é preocupante — afirma o chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, Marcelo Basso Gazzana.
Histórico
O argentino Jorge Mario Bergoglio tem um histórico de problemas respiratórios recentes. Em 2023, ele foi diagnosticado com bronquite infecciosa e chegou a ser hospitalizado. Ele foi tratado com antibióticos e melhorou. No mesmo ano, ele teve uma inflamação pulmonar.
Em 2024, chegou a fazer aparições de cadeira de rodas porque estava com dificuldades respiratórias. O pontífice não tem a parte superior do pulmão direito desde os 21 anos, quando teve uma pneumonia grave e cistos no pulmão e teve que fazer uma cirurgia.
* Produção: Camila Mendes