O ministro israelense da defesa, Israel Katz, ordenou nesta quinta-feira (6) que o exército prepare um plano para a saída voluntária da população da Faixa de Gaza. A medida foi tomada após as declarações do presidente dos Estados Unidos Donald Trump sobre uma possível ocupação e deslocamento dos habitantes da região.
— Pedi ao exército israelense que prepare um plano para permitir que os habitantes de Gaza saiam voluntariamente — afirmou em um comunicado.
O objetivo, segundo ele, é "permitir a saída de qualquer residente de Gaza que deseje, para qualquer país que os aceite".
— O plano incluirá opções de saída através das passagens terrestres, assim como medidas especiais para saídas por mar e ar — completou.
A instrução parece integrada à polêmica ideia apresentada por Trump de "limpar" Gaza e transferir os seus habitantes para países próximos, como Egito e Jordânia.
Na terça-feira (4), durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Trump foi além e propôs que os Estados Unidos assumam o controle da Faixa de Gaza e a transformem em um destino turístico de luxo.
Katz celebrou o plano "audacioso" de Trump, que de acordo com ele, "permitiria a uma ampla parte da população de Gaza a realocação em diversos lugares do mundo". O ministro considerou que isso ajudará os moradores de Gaza que desejarem "integrar-se bem nos países de acolhida e também facilitará o avanço dos programas de reconstrução para uma Gaza desmilitarizada e livre de ameaças".
Katz não explicou se o plano contempla a permissão de trânsito por Israel dos habitantes de Gaza que desejarem partir para o exílio. No momento, Israel proíbe que os habitantes de Gaza deixem o território e o único ponto de passagem para o Egito está aberto apenas para transferências médicas, que acontecem de maneira muito limitada.
Além disso, o único aeroporto de Gaza foi destruído durante a Segunda Intifada (2000-2005) e o território não tem um porto para o transporte de passageiros.