O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta quinta-feira (20) que seu país deve reforçar sua segurança em conjunto com a Europa e afirmou que, quando se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lhe dirá que não pode ser "fraco" diante de Vladimir Putin.
"Estou convencido de que estamos entrando em uma nova era. Isso nos obrigará a tomar decisões", declarou o líder francês durante uma interação com internautas nas redes sociais.
"Nós, europeus, devemos aumentar nosso esforço bélico" e "reforçar nossa fortaleza como nação", afirmou Macron.
Macron viajará na segunda-feira a Washington para se reunir com Trump.
"Vou dizer-lhe: 'Você não pode ser fraco diante do presidente Putin'", declarou o presidente francês, referindo-se ao líder norte-americano.
Macron anunciou que conversará nesta quinta-feira com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tem sido alvo de violentos ataques verbais por parte de Donald Trump.
O presidente norte-americano chamou Zelensky de "ditador" esta semana e o acusou de ter iniciado a guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa contra a ex-república soviética.
Washington tem sido um apoio fundamental para a Ucrânia no conflito, mas Trump surpreendeu Kiev e seus aliados europeus ao abrir um diálogo com a Rússia, gerando temores de que conduza o conflito a um desfecho favorável para Moscou.
Sobre a polêmica proposta de envio de tropas para a Ucrânia, Macron reiterou que a França não enviaria militares "amanhã", mas sim "para garantir a paz uma vez que tenha sido negociada".
A Rússia tem reiterado sua oposição a qualquer envio de tropas da Otan para a Ucrânia como parte de um cessar-fogo.
Macron declarou que "ninguém tem o direito" de dizer à Ucrânia que "ela não tem o direito" de ingressar na União Europeia ou na Otan e defendeu que Zelensky foi eleito em um sistema "livre", mas que não é possível realizar eleições em um país em guerra, sob lei marcial.
* AFP