O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, formalizou sua desfiliação do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS), que liderou por 26 anos e do qual se afastou para lançar sua candidatura presidencial, informou, nesta quinta-feira (27), sua equipe jurídica.
"Ele renunciou à sua condição de militante" perante o Tribunal Supremo Eleitoral, disse Héctor Rodríguez, advogado do ex-presidente, em coletiva de imprensa.
A desfiliação foi registrada na quarta-feira, acrescentou.
Distante do MAS e do governo de Luis Arce, seu ex-aliado, Morales anunciou na última quinta-feira sua candidatura presidencial para as próximas eleições de 17 de agosto com o partido Frente para a Vitória, uma pequena formação sem representantes no Parlamento.
Morales foi declarado inelegível pela justiça por já ter cumprido os dois mandatos presidenciais permitidos pela Constituição.
No entanto, o ex-chefe de Estado, que governou a Bolívia entre 2006 e 2019, insiste em concorrer no próximo pleito.
Morales, de 65 anos, liderava o MAS desde 1998. O partido se dividiu entre "arcistas" e "evistas", até que o Tribunal Constitucional entregou o controle da legenda à liderança alinhada ao atual presidente em novembro passado.
O ex-presidente acusa o governo de Arce de desencadear uma "perseguição judicial" contra ele com o objetivo de proibir sua candidatura nas eleições.
Morales está, desde outubro, sob a proteção dos partidários na zona cocaleira de Chapare, seu reduto político no departamento de Cochabamba.
O ex-presidente boliviano é alvo de um mandado de prisão por não ter comparecido para depor no caso de um suposto abuso de uma menor, com quem teria tido uma filha em 2016, enquanto ainda estava no poder.
* AFP