O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, comemorou nesta sexta-feira (7) a decisão de fechar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e prometeu "eliminar as redes estrangeiras" ativas em seu país.
"Nos Estados Unidos, decidiram revisar linha por linha bilhões de dólares em ajuda externa" e "estamos fazendo o mesmo em casa", disse o líder nacionalista, elogiando "o vento purificador do tornado Trump".
"Todo dinheiro procedente dos Estados Unidos deve ser comunicado e aqueles que o receberem devem ser punidos", disse em sua entrevista semanal à rádio estatal.
"Dinheiro estrangeiro não pode ser aceito para influenciar a política húngara", acrescentou.
No poder desde 2010, Orbán criou um órgão para monitorar agentes estrangeiros. A Comissão Europeia, que considera isso uma violação do direito europeu, denunciou a Hungria à Justiça.
Encorajado pelas políticas de seu "amigo" Trump, Orbán acredita que "chegou a hora de eliminar essas redes internacionais, de varrer do mapa, de tornar sua existência legalmente impossível".
A Usaid, criada em 1961 por uma lei do Congresso americano, administra um orçamento de 40 bilhões de dólares (231 bilhões de reais) para ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento no mundo.
A agência é criticada por países com governos autoritários que reprimem a sociedade civil e ONGs opositoras.
A Rússia, que expulsou a Usaid de seu território em 2012, comemorou o fechamento "desta máquina de interferência nos assuntos internos" dos países.
Na mesma linha, Orbán criticou "uma ferramenta de influência política" para promover "uma agenda pró-imigração, antifamília e antigênero" e apoiar movimentos contrários ao governo como na "Sérvia e Eslováquia", aliados da Hungria sacudidos por manifestações.
Orbán anunciou no X que pretende rever a situação da Hungria no Tribunal Penal Internacional (TPI), após Trump anunciar sanções contra a instituição.
A Hungria assinou o Estatuto de Roma, tratado internacional que criou o TPI em 1999, e o ratificou dois anos depois, no primeiro mandato de Orbán. No entanto, não validou o acordo associado por motivos constitucionais e, portanto, alega que não é obrigada a cumprir suas decisões.
* AFP