Steve Bannon, estrategista político americano de extrema direita e ex-braço direito de Donald Trump, declarou-se culpado nesta terça-feira (11) de desvio de fundos para a construção do muro na fronteira com o México, sendo condenado a três anos em liberdade condicional.
Presente no tribunal para a audiência, Bannon, se declarou culpado de desviar doações privadas, enquanto os promotores do tribunal de Manhattan retiraram outras acusações contra ele, incluindo lavagem de dinheiro.
Ao ser questionado pelo juiz se reconhecia ter participado de um "esquema" para "fraudar mais de dez pessoas e obter fundos por meio de promessas falsas e fraudulentas" em 2019, o ex-assessor de Trump disse que "sim".
Figura influente da extrema direita nos Estados Unidos e na Europa, Bannon foi acusado em setembro de 2022 neste caso de fraude financeira, que, segundo os promotores, somava US$ 15 milhões (cerca de R$78 milhões na cotação da época. Na época, ele se declarou inocente e alegou ter sido vítima de uma "falsa acusação".
O caso faz referência a um site, "We build the wall" ("Nós construímos o muro", em tradução livre), lançado em 2019, que a Justiça americana acredita ter sido criado por ele para arrecadar fundos de indivíduos para financiar a construção de um muro contra a imigração irregular na fronteira sul dos Estados Unidos. O muro é uma antiga promessa de Trump.
- "Nem um centavo" -
O estrategista político de 71 anos foi acusado de desviar parte dos fundos para seu próprio benefício, apesar de prometer no site que "nem um centavo" iria para seus bolsos.
Ele foi indiciado pela Justiça federal neste caso, mas recebeu um indulto de Trump pouco antes de deixar a Casa Branca em 2021.
O ex-assessor do magnata republicano foi um dos porta-vozes das acusações não comprovadas de suposta fraude durante a eleição presidencial de 2020 para ajudar o democrata Joe Biden a vencer, teorias que ainda circulam entre alguns setores conservadores americanos.
Em outubro de 2022, Bannon foi condenado a quatro meses de prisão por se recusar a cooperar com a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio - sede do Congresso - em 6 de janeiro de 2021 por centenas de apoiadores de Trump.
Ele cumpriu essa pena na prisão e foi solto no final de outubro de 2024, em meio à campanha para as últimas eleições presidenciais.
* AFP