A gigante das redes sociais Meta anunciou nesta segunda-feira (6) a nomeação de três novos membros para o conselho de administração, entre eles o presidente do ultimate fighting championship (UFC), Dana White, aliado próximo ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
O anúncio ocorre no momento em que o fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está em contato com a nova administração de Trump, inclusive por meio de uma doação de US$ 1 milhão (cerca de R$ 6,1 milhão pela cotação atual) para o fundo da cerimônia de posse do republicano.
Junto com White, a Meta trouxe o CEO da Exor, John Elkann, e o ex-executivo da Microsoft, Charlie Songhurst, elevando o número de membros do conselho da empresa para 13.
"Dana, John e Charlie vão trazer uma riqueza de experiência e perspectiva que vai nos ajudar a abordar as enormes oportunidades que temos pela frente com inteligência artificial, tecnologia vestível e o futuro da conexão humana", disse Zuckerberg, em comunicado.
O magnata da tecnologia, de 40 anos, jantou com Trump em sua mansão em Mar-a-Lago em novembro e, na semana passada, nomeou o republicano Joel Kaplan como diretor de relações públicas da Meta.
Trump tem sido um duro crítico da Meta e de Zuckerberg nos últimos anos, acusando-os de serem tendenciosos contra os conservadores.
O líder republicano foi expulso do Facebook depois que seus apoiadores invadiram o Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, embora a empresa tenha restabelecido o perfil no início de 2023.
Já White é amigo de Trump há duas décadas, quando o ex-presidente ofereceu propriedades para eventos de artes marciais mistas do UFC.
— Nunca tive interesse em entrar para um conselho de administração até receber a oferta para fazer parte da Meta. Acredito piamente que as redes sociais e a inteligência artificial são o futuro — disse White sobre sua nomeação.
Por que big techs precisam ter bom relacionamento com Trump?
Questões regulatórias têm se tornado uma preocupação crescente para quase todas as big techs. Entre elas, a Meta enfrenta um caso antitruste em andamento na Comissão Federal de Comércio (FTC) desde 2020, conforme o jornal O Estado de S. Paulo.
A acusação, inicialmente apresentada pela FTC durante o governo de Donald Trump e posteriormente rejeitada por um juiz federal antes de ser reformulada pela comissão sob a administração de Joe Biden em 2021. Ela sustenta que as aquisições do Instagram e do WhatsApp ajudaram a Meta a estabelecer um monopólio ilegal sobre redes sociais. A empresa teria utilizado esse monopólio para sufocar a concorrência.
Além da Meta, Google, Amazon e Apple também enfrentam processos semelhantes. No caso do Google, o Departamento de Justiça alega que a empresa opera seu negócio de buscas como um monopólio ilegal, firmando contratos com fabricantes de dispositivos, como a Apple, para tornar seu buscador a opção padrão.
O Google, por sua vez, afirma que consumidores e fabricantes escolhem sua plataforma por ela ser a melhor. Outra ação acusa a empresa de monopolizar o mercado de anúncios online, aumentando custos para anunciantes e criadores de conteúdo. Em defesa, o Google argumenta que enfrenta concorrência na intermediação publicitária e compete por preço e qualidade.
A Apple é acusada de abusar do controle sobre a experiência dos usuários do iPhone, restringindo a concorrência entre desenvolvedores de software e prejudicando rivais. A empresa defende que tal controle garante a qualidade e o apelo da experiência do usuário.
Quanto à Amazon, as acusações apontam que a gigante de Jeff Bezos pressiona comerciantes a depender exclusivamente de sua plataforma, prejudicando concorrentes, o que resultaria em preços mais altos e pior experiência para os consumidores. A Amazon argumenta que compete diretamente com outras varejistas online, como Walmart e Target.