A Interpol anunciou, nesta sexta-feira (24), o fim de uma investigação que levou ao desmantelamento de uma rede de traficantes de espécies protegidas e à prisão de 15 de seus membros, além da devolução à Tanzânia de cem tartarugas apreendidas em Bangcoc em 2022.
"Este caso demonstra a determinação da aplicação da lei internacional para proteger espécies vulneráveis, para pôr fim ao tráfico ilegal de espécies selvagens e para levar os criminosos à justiça", disse Cyril Gout, diretor executivo interino dos serviços de polícia da Interpol.
Tudo começou em julho de 2022 no aeroporto de Bangcoc, com a descoberta de 116 filhotes de tartaruga na bagagem de uma mulher ucraniana que viajou de Dar es-Salaam, disse a organização internacional de polícia criminal, cuja sede fica em Lyon, na França.
Havia tartarugas terrestres, tartarugas irradiadas e tartarugas-gigantes de Aldabra, todas protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (Cites), de acordo com a Interpol.
A suposta traficante conseguiu fugir da Tailândia antes de ser julgada. Os investigadores finalmente conseguiram localizá-la na Bulgária em março de 2023 e ela foi transferida três meses depois para a Tanzânia, que havia pedido à Interpol que emitisse um "alerta vermelho" para seus países-membros.
A investigação levou à prisão de outras 14 pessoas suspeitas de pertencerem à mesma rede da ucraniana, originárias do Egito, Indonésia, Madagascar e Tanzânia, segundo a Interpol.
Das tartarugas apreendidas em 2022, apenas cerca de vinte sobreviveram. Tanto as vivas quanto as mortas foram repatriadas para a Tanzânia "como prova" nos processos iniciados contra a suposta traficante.
As tartarugas sobreviventes foram colocadas em quarentena antes de serem devolvidas com segurança ao seu habitat natural.
* AFP