O primeiro-ministro do Catar pediu, nesta quinta-feira (16), que Israel se retire imediatamente da zona-tampão na fronteira com a Síria, que ocupou após a queda de Bashar al Assad.
"A tomada da zona-tampão pela ocupação israelense é um ato imprudente [...] e deve ser retirada imediatamente", disse o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al Thani, em coletiva de imprensa ao lado do novo líder sírio, Ahmed al Sharaa.
O primeiro-ministro do Catar também prometeu apoiar a reconstrução da infraestrutura da Síria, que foi devastada por quase 14 anos de guerra civil.
"Forneceremos o suporte técnico necessário para tornar a infraestrutura operacional novamente e dar suporte ao setor elétrico", disse o líder catari.
Esta foi a primeira visita de Al Thani a Damasco desde que uma coalizão de insurgentes liderados por islamistas sunitas tomou o poder e pôs fim a décadas de governo da dinastia Al Assad.
O Catar "estende a mão aos nossos irmãos sírios para futuras colaborações", acrescentou Al Thani.
No mesmo dia em que Assad foi deposto, Israel anunciou o envio de suas tropas para a zona-tampão patrulhada pela ONU, que demarca a separação da Síria desde 1974.
Israel tomou parte das Colinas de Golã da Síria na guerra de 1967 e depois fortaleceu sua posição durante a guerra de 1973. Em 1981, anexou parte desse território estratégico, uma ação não reconhecida pela comunidade internacional, com exceção dos Estados Unidos.
Al Sharaa conta com o apoio do Catar para ajudar a impedir que Israel avance ainda mais no território sírio.
O Exército israelense deve retornar "para onde estava antes", disse ele, acrescentando que o Catar "apoia" essa posição e "usará todos os meios disponíveis para exercer pressão".
* AFP