O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (20) sobre o acordo de cessar-fogo firmado na quarta-feira (15) entre Israel e Hamas.
Um dos pontos abordados foi o domínio e a reconstrução de Gaza, região destruída pela guerra por conta do conflito. De acordo com Zonshine, isso é uma questão a ser definida, uma vez que o grupo terrorista Hamas ainda comanda a região.
— A ideia é que forças internacionais dominem a área e manejem o cotidiano. A reabilitação de Gaza é um processo muito grande — declarou.
Como parte do acordo, no domingo (19), Israel libertou 90 prisioneiros palestinos, enquanto o Hamas liberou três. Os demais reféns devem ser soltos ao longo das próximas semanas.
Entenda o acordo
A execução do plano, negociado para acontecer em três etapas, ocorre 470 dias depois do início do conflito. Após o gabinete de segurança israelense aprovar os termos do acordo, o texto foi ratificado pelo Gabinete de Governo, composto por todos os ministros da gestão do premier Benjamin Netanyahu. O acordo começa, justamente, com a liberação de reféns.
Primeira fase
Entrou em vigor no domingo e terá 42 dias de duração. É o primeiro momento de troca de reféns entre Israel e Hamas.
- Libertação gradual de 33 reféns capturados em Israel ao longo de um período de seis semanas, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos. Entre eles, estariam cinco soldados israelenses.
- Em troca, serão liberados ao menos 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 terroristas condenados que estão cumprindo penas perpétuas.
- Ao final da primeira fase, todos os reféns civis — vivos ou mortos — terão sido libertados.
- Forças israelenses devem se retirar dos centros populacionais de Gaza.
- Palestinos devem ser autorizados a começar a retornar para as suas casas no norte do enclave.
- Está previsto, ainda, um aumento na ajuda humanitária, com cerca de 600 caminhões entrando a cada dia no local.
Segunda fase
Os detalhes desta etapa do acordo ainda serão negociados no decorrer da primeira fase. Não há garantias documentadas de que o cessar-fogo irá persistir até que os termos da segunda fase sejam elaborados.
Terceira fase
Corpos dos reféns restantes seriam devolvidos em troca de um plano de reconstrução de três a cinco anos que seria executado em Gaza sob supervisão internacional.