O Catar retomou sua mediação entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em uma tentativa de intermediar uma trégua na Faixa de Gaza, disse uma fonte próxima às discussões à AFP nesta quinta-feira (5), após a suspensão temporária de seu papel como mediador no conflito.
O Catar "retomou a mediação", disse a fonte sob condição de anonimato devido à sensibilidade das negociações, sem fornecer detalhes de possíveis reuniões recentes entre os líderes.
Catar, Egito e Estados Unidos negociaram durante meses, sem sucesso, para alcançar uma trégua em Gaza, palco de uma guerra que já dura mais de um ano entre o Hamas e Israel. No entanto, o emirado do Golfo decidiu suspender sua mediação no início de novembro, acusando os lados de falta de "vontade e seriedade".
Ao ser questionado nesta quinta-feira sobre os esforços para alcançar um cessar-fogo no território palestino, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, declarou que Catar é um "parceiro indispensável" e que "continua sendo [...] no contexto dos esforços para encontrar uma solução para esse conflito".
Por outro lado, o chanceler israelense, Gideon Saar, mencionou a possibilidade de um acordo para a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza, segundo informações de seu gabinete.
"Talvez agora tenhamos um acordo sobre os reféns [...] espero que possamos concretizá-lo o mais rápido possível", afirmou.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque de militantes do Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que matou 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses, incluindo reféns mortos em cativeiro.
Durante o ataque do Hamas, 251 pessoas foram sequestradas em território israelense, das quais 96 continuam em cativeiro em Gaza. Dessas, 34 teriam morrido, de acordo com o Exército israelense.
A ofensiva israelense lançada em represália em Gaza deixou pelo menos 44.580 mortos, a maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Desde o início da guerra, apenas uma trégua foi alcançada, no final de novembro de 2023. Ela durou uma semana e permitiu a troca de reféns em poder do Hamas por prisioneiros palestinos em prisões israelenses.
* AFP