O Kremlin afirmou nesta segunda-feira (19) que "não falará" com a Ucrânia devido à incursão que Kiev iniciou na região de Kursk em 6 de agosto, que pegou as forças russas de surpresa.
"Na fase atual, dada esta aventura, não vamos falar", disse Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do presidente Vladimir Putin, ao Shot, canal russo no Telegram.
"No momento, seria completamente inapropriado iniciar um processo de negociação".
Mikhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodimir Zelensky, declarou na sexta-feira que um dos objetivos da ofensiva na região russa de Kursk era forçar Moscou a iniciar negociações "justas".
Podolyak insistiu que Kiev não tem a intenção de "ocupar" uma parte do território russo e destacou que, em caso de "possíveis" negociações, era necessário encontrar uma forma de fazer a Rússia sentar "do outro lado da mesa".
As conversações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde 2022, pouco depois do início da ofensiva militar russa na Ucrânia. Moscou exige que a Ucrânia aceite a anexação de parte do seu território.
Volodimir Zelensky indicou que deseja elaborar um plano para novembro, data das eleições presidenciais nos Estados Unidos - aliado vital de Kiev -, que sirva de base para uma futura reunião de cúpula da paz, para a qual o Kremlin deve ser convidado.
O presidente ucraniano reiterou que a paz será possível apenas se o Exército russo deixar completamente o país, incluindo a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Vladimir Putin exige que Kiev ceda as regiões ucranianas que alega ter anexado e desista da adesão à Otan. As reivindicações são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia e as potências ocidentais, que exigem o respeito ao direito internacional.
* AFP