Três funcionários do Ministério Público da Guatemala foram resgatados, nesta quarta-feira (29), pelas forças de segurança, após permanecerem mais de dois meses em poder de indígenas maias em uma aldeia remota no oeste do país, informou um porta-voz.
"Reporta-se a libertação de três trabalhadores do Ministério Público, que estavam retidos desde 25 de setembro", disse à imprensa o porta-voz do Ministério de Governo (Interior), Jorge Aguilar.
Os funcionários, um promotor e dois técnicos de investigação criminosa, foram retidos na aldeia Tuinimá, em Tajumulco, município do oeste do país que mantém um conflito fronteiriço com Ixchiguán.
Os libertados são o promotor Baudilio Navarro (53 anos) e os técnicos Julio Jiménez (35) e Mario González (46). Quase um mês depois de sua captura, seu caso foi noticiado por veículos locais e pelas redes sociais, mas não houve confirmação das autoridades.
A disputa entre estes dois povos indígenas do departamento (estado) ocidental de San Marcos, na fronteira com o México, remonta a 80 anos, em uma região situada entre as montanhas do altiplano e assediada pelo narcotráfico com cultivos de papoula.
Diversos governos tentaram resolver esta disputa, sem sucesso, convocando mesas de diálogo para conter os confrontos frequentes que já deixaram mortos, inclusive membros do Exército e da polícia.
Para conter a violência, ocasionalmente as autoridades decretam estado de sítio na região.
O porta-voz do MP, Moisés Ortiz, informou que os três funcionários estavam em uma casa e foram efetuadas detenções na operação que levou à sua libertação.
Segundo a imprensa local, os três homens ficaram acorrentados na casa durante os 64 dias de cativeiro.
Um relatório da Procuradoria de Direitos Humanos indica que os funcionários foram capturados quando efetuavam uma inspeção pelo suposto roubo de energia elétrica.
* AFP