O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e seu homólogo iraquiano, Fuad Hussein, conversaram, nesta segunda-feira (6), em Bagdá, sobre faturas em aberto às empresas petrolíferas da Rússia, devido às sanções americanas pelo conflito na Ucrânia.
Em entrevista coletiva, o chanceler Fuad Hussein disse que abordará o assunto durante uma visita a Washington, na quarta-feira (8).
"Sanções não devem ser impostas ao Iraque porque sua cooperação com empresas russas continua", disse o ministro iraquiano a jornalistas.
Desde o início da guerra na Ucrânia, há quase um ano, Estados Unidos e União Europeia impuseram sanções a funcionários, bancos e instituições financeiras russas, o que aumentou os temores, em terceiros países, sobre quaisquer transações envolvendo a Rússia.
Hussein disse que as empresas russas de petróleo e gás que operam no Iraque ainda aguardam alguns pagamentos, sem especificar seu valor.
"Discutimos como administrar essas inadimplências, à luz das sanções impostas à Rússia e (considerando-se a) proteção dos bancos iraquianos e de seu Banco Central", acrescentou, ao lado de Lavrov.
Ele informou que haverá uma reunião, "nos próximos meses", de um comitê conjunto sobre as relações bilaterais com a Rússia para discutir o tema.
Lavrov criticou as medidas ocidentais, chamando-as de "ilegais".
"Nas atuais condições de restrições ilegais impostas pelos americanos e por seus 'satélites', é muito importante proteger as relações econômicas legais da pressão ilegal do Ocidente", declarou.
O ministro iraquiano reiterou o apoio de Bagdá a um cessar-fogo e às negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia.
"Apoiamos um cessar-fogo entre ambas as partes para que possam começar as negociações para acabar com esta crise realmente global", completou.
* AFP