A Turquia, que bloqueia desde maio a entrada da Suécia e da Finlândia à Otan, tem exigências que Estocolmo não pode aceitar, disse o primeiro-ministro sueco neste domingo (8).
"A Turquia confirmou que fizemos o que dissemos que faríamos, mas também diz querer coisas que não podemos, nem queremos dar", afirmou Ulf Kristersson, em alusão ao processo de adesão do seu país à Aliança Atlântica, durante uma conferência sobre defesa e segurança, na presença do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
"Estamos convencidos de que a Turquia tomará uma decisão, o que não sabemos é quando", disse.
Suécia e Finlândia romperam décadas de neutralidade militar e pediram adesão à aliança de defesa, liderada pelos Estados Unidos como resposta à invasão russa da Ucrânia.
A Turquia negou-se, no entanto, a aprovar seu ingresso até que os dois países tomem medidas, que incluem se unir à luta turca contra ativistas curdos.
A maioria das demandas da Turquia se dirige à Suécia, país que mantém vínculos importantes com a diáspora curda.
O chefe da diplomacia finlandesa, Pekka Haavisto, confirmou, por sua vez, que seu país entraria na aliança militar ao mesmo tempo que sua vizinha, a Suécia.
"A Finlândia não tem tanta pressa para entrar na Otan como para não esperar que a Suécia obtenha sua luz verde", disse Haavisto à imprensa.
Stoltenberg ressaltou esperar que os dois países entrem em 2023, embora tenha admitido que a decisão depende dos Parlamentos da Turquia e da Hungria.
"Eu espero (que o ingresso ocorra em 2023)", mas não vou garantir a data exata porque se trata, certamente, de uma decisão soberana do Parlamento turco e do Parlamento húngaro, que ainda não ratificaram o acordo", informou Stoltenberg em entrevista à AFP.
Finlândia e Suécia "estão claramente comprometidas em manter uma cooperação de longo prazo sobre estas questões" e que "o momento de finalizar o processo de adesão e ratificar o protocolo de adesão chegou", acrescentou.
No fim de dezembro, a Turquia elogiou a Suécia por responder a suas preocupações de segurança, mas destacou que precisa fazer mais para obter o pleno apoio de Ancara.
* AFP