Todas as 132 pessoas a bordo do avião que caiu em uma montanha no sul da China nesta semana foram confirmadas como mortas, informou a autoridade de aviação civil do país no sábado (26).
Dezenas de parentes das vítimas aguardavam há dias enquanto as equipes de resgate buscavam destroços do avião e sinais de sobreviventes do desastre de segunda-feira (21) nas encostas florestadas perto da cidade de Wuzhou, província de Guangxi.
Embora nenhuma causa tenha sido determinada, dados de rastreamento online mostraram que o avião caiu rapidamente de uma altitude de cerca de 8,9 mil a 2,4 mil metros, em pouco mais de um minuto.
— Os 123 passageiros e nove tripulantes do voo MU5735 da China Eastern morreram a bordo em 21 de março. A identidade de 120 vítimas foi determinada por identificação de DNA — disse Hu Zhenjiang, vice-diretor-geral da Administração de Aviação Civil da China, em coletiva de imprensa.
Após o anúncio, Hu e os jornalistas reunidos fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia.
Equipes encontraram caixa preta
Autoridades de aviação confirmaram anteriormente que encontraram uma caixa preta que acreditavam ser o gravador de voz da cabine, o que deve fornecer pistas importantes sobre a causa do acidente.
O jato atingido, um Boeing 737-800, estava equipado com dois gravadores: um na cabine de passageiros traseira, rastreando os dados do voo, e um gravador de voz da cabine. As equipes de resgate ainda estão procurando o outro gravador.
Este é o acidente de avião mais mortal da China em quase 30 anos.
A China Eastern havia dito anteriormente que o avião, que tinha quase sete anos, atendia a todos os requisitos de aeronavegabilidade antes do voo. Após o incidente, a empresa lançou uma revisão de segurança, aterrando todos os 223 de seus aviões Boeing 737-800 para verificações.
O desastre provocou uma resposta pública excepcionalmente rápida do presidente Xi Jinping, que ordenou uma investigação sobre sua causa. Já as autoridades de aviação prometeram um extenso check-up de duas semanas da vasta frota de passageiros da China. A mensagem de segurança se espalhou por todos os setores.
Um aviso do Conselho de Estado e do Ministério de Gerenciamento de Emergências, divulgado na quarta-feira (23 ), pediu que as indústrias em geral "retifiquem os possíveis riscos de segurança".
O acidente afeta o retorno do 737 MAX da Boeing na China, o último grande mercado onde a fabricante de aviões americana ainda aguarda aprovação para retomar os voos após acidentes na Indonésia e na Etiópia que mataram 346 pessoas em 2018 e 2019.